Em declarações à Lusa, Sérgio Sales, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (SITE-Norte/CGTP-IN) afirmou que o objectivo da concentração, no centro da cidade, pretendia «mostrar que nem tudo são rosas» na Bosch, «apontada muitas vezes como exemplo».
«A empresa está a empurrar, recorrendo à chantagem, um turno fixo para turnos que laboram ao fim-de-semana. Estes turnos ferem gravemente a vida familiar dos trabalhadores, […] só permitem ter um fim-de-semana por ano livre, não lhes permite ter sequer dois dias de descanso seguidos, rodam de dia para de noite e perdem rendimentos», reiterou o sindicalista.
Sérgio Sales salientou ainda que, «além dos constrangimentos familiares, a instabilidade daqueles turnos cria complicações do ponto de vista da saúde física e mental», sendo que a «chantagem para aderir àqueles turnos rotativos dura há já alguns anos».
«A empresa tem condições de encontrar outras soluções que não passam por aí, tinha até mesmo o compromisso de pôr a laborar [os turnos rotativos] só para colmatar algumas necessidades de produção e isto já há alguns anos. Agora, por via da chantagem, cria um clima de medo para que os trabalhadores se voluntariem a aderir», referiu.
Os trabalhadores querem assim «mostrar que uma empresa que é apontada como garantia de qualidade no que toca a contratações tem, no entanto, 30% dos seus trabalhadores em situação precária e a ganhar o salário mínimo nacional», acrescentou.
O SITE-Norte apontou que «tem tentando negociar com a administração, mas que os responsáveis respondem só por escrito e nem se dignam a sentar à mesa com o sindicato».
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