A Assembleia Nacional do Poder Popular (ANPP) de Cuba informou esta quinta-feira que o novo presidente da maior das Antilhas é Miguel Mario Díaz-Canel Bermúdez, de 57 anos, que tinha sido proposto para o cargo após a eleição dos membros que irão integrar o Conselho de Estado.
No seu primeiro discurso como chefe de Estado, Díaz-Canel destacou o papel do Partido Comunista de Cuba (PCC) como garantia da necessária unidade dos habitantes da ilha caribenha: «Para nós é absolutamente claro que só o PCC garante a unidade da nação e do seu povo», afirmou o Presidente do Conselho de Estado e de Ministros, para quem a unidade dos cubanos é a «força mais valiosa da Revolução», segundo informam o Cuba Debate e a Prensa Latina.
O novo mandatário cubano, até agora primeiro vice-presidente, garantiu a continuidade do processo revolucionário iniciado a 1 de Janeiro de 1959, tendo por base o apoio do povo, a fidelidade ao legado da geração histórica, em particular do seu líder, Fidel Castro (1926-2016), e de Raúl Castro, e a lealdade de um exército que «jamais deixará de ser o povo em uniforme», salientou.
«Não há lugar para uma transição que destrua o que foi alcançado»
Disse ainda que não vinha prometer nada, como nunca a Revolução o fez ao longo dos anos, mas cumprir o plano social traçado pela nação, seguindo as directrizes do socialismo e da revolução. «Aqui não há lugar para uma transição que destrua o que foi alcançado em tantos anos de luta», frisou.
Relativamente à política externa, afirmou que Cuba jamais cederá a «pressões ou ameaças» e não fará «concessões contrárias à sua soberania e independência».
No decorrer do seu discurso, Díaz-Canel garantiu que a Revolução não acaba com os seus guerrilheiros. «Para aqueles que por ignorância ou má-fé duvidam do nosso compromisso, temos de dizer que a Revolução continua e continuará», esclareceu, porque «o mundo recebeu a mensagem errada de que a Revolução termina com os seus guerrilheiros». E jurou defender «esta Revolução socialista, dos humildes, pelos humildes e para os humildes», que a geração histórica construiu.
«Raúl, à frente da vanguarda política»
Miguel Díaz-Canel afirmou que Raúl Castro, primeiro secretário do Comité Central do PCC e até ontem presidente de Cuba, se mantém como primeira referência política de Cuba pelos seus méritos, por ser «o melhor discípulo de Fidel» e também pelos «novos valores que trouxe para a Revolução».
Destacando a sua «paciência e inteligência», o novo chefe de Estado cubano lembrou que Raúl Castro conseguiu a liberdade dos Cinco Heróis, alcançou avanços do processo de integração na América Latina e acompanhou o processo de paz da Colômbia.
Raúl Castro: «Qualquer tentativa de destruir Cuba fracassará»
Raúl Castro proferiu o discurso de encerramento da sessão constitutiva da IX Legislatura da Assembleia Nacional, tendo passado em revista as conquistas e os desafios da Revolução e do processo de actualização do seu modelo socioeconómico.
Referiu-se também à situação internacional, marcada pela belicismo da administração norte-americana, que endureceu o bloqueio económico, comercial e financeiro a Cuba. A este propósito, Raúl Castro, que continuará a ser o primeiro secretário do Comité Central do PCC até 2021, afirmou que «qualquer estratégia que vise destruir Cuba pela via do confronto ou do aliciamento enfrentará o mais decidido repúdio do povo e fracassará».
O ex-presidente cubano denunciou a investida contra a Venezuela e outros países com governos progressistas na região, repudiou o ataque recente à Síria e exigiu a liberdade do ex-presidente brasileiro Lula da Silva.
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