A notícia da Lusa, avançada pelo JN, dá conta dos testemunhos de quem já foi despejado da casa onde morava e de quem receia passar pela mesma situação.
«Tenho de entregar a chave amanhã (quarta-feira), porque fui despejada da casa onde vivo, em Miragaia, desde que nasci, há 38 anos. O presidente da Câmara diz que dentro de dois ou três meses tenho casa. Entretanto, estou a viver no chão de casa da minha tia com a minha filha de 16 anos», revelou à agência uma das residentes que se manifestou esta manhã.
No protesto, junto ao parque de estacionamento das viaturas da Câmara do Porto, os moradores empunhavam palavras de ordem como «Não aos despejos», «Mais habitação, menos especulação», «Habitação sim, mais hotéis não» e «O nosso desejo é nem mais um despejo».
António Dias, de 42 anos, reside há 21 na rua da Arménia e, uma vez que «o prédio foi vendido», receia vir a ser despejado. «Pago uma renda de 250 euros, que já não é coisa pouca. Tenho medo que me obriguem a sair. Vivo com um filho de cinco anos. É lamentável o que se passa no Porto, com tantos despejos por causa do turismo», afirmou. O morador adiantou ainda que Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, «está muito interessado na Cultura, mas esqueceu-se da habitação».
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