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Segurança Social e Santa Casa alimentam especulação imobiliária

Depois do polémico leilão de casas com «rendas acessíveis» pela Câmara Municipal de Lisboa, a Segurança Social repete o esquema e a Santa Casa lançou um programa para jovens com rendas até 966 euros.

Lisboa é a cidade onde os preços da habitação são mais elevados
Créditos / Pixabay

Apesar de o leilão que a Câmara Municipal de Lisboa lançou através do programa de «renda acessível» ter resultado no cancelamento do mesmo – por os valores terem chegado aos 760 euros –, há outra entidade pública a repetir a iniciativa na capital.

A Segurança Social colocou em leilão, para arrendamento, um T2 no Restelo. A base de licitação ultrapassa largamente os 350 euros dos leilões da Câmara Municipal de Lisboa: 1150 euros, um valor muito próximo da média por metro quadrado. Recorde-se que este é um valor base, que poderá subir substancialmente e ultrapassar o valor médio pelo qual as casas estão a ser arrendadas na cidade de Lisboa. A grande diferença é que é a Segurança Social a fazer o negócio.

Também a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, uma entidade que também está sob a tutela do ministro Vieira da Silva, tem um programa para arrendamento jovem a decorrer, cujas candidaturas abrem na próxima segunda-feira.

Neste, os preços das rendas oscilam entre os 400 e os 996 euros, e as 12 casas (dez das quais são T0 ou T1) localizam-se nas freguesias da Misericórdia e de Santa Maria Maior. Para que um jovem até aos 35 anos (os destinatários do programa) que ganhe o salário mínimo nacional possa pagar a renda mais baixa, terá que assumir uma taxa de esforço de 77%, em termos líquidos – sobram pouco mais de 100 euros.

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