A renovação da detenção administrativa de Jarrar, uma das figuras políticas palestinianas que mais se têm destacado na crítica à ocupação israelita e na condenação das atrocidades cometidas contra os palestinianos, ocorre duas semanas antes da data em que deveria ser libertada, informa a agência Ma'an.
Deputada pela Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) ao Conselho Legislativo Palestiniano, onde lidera o comité dos presos, e representante da Palestina no Conselho da Europa, Khalida Jarrar foi presa a 2 de Julho de 2017 e viu a sua detenção ser renovada por um período de seis meses no final do ano passado.
Jarrar já tinha sido presa em Abril de 2015, passando 14 meses nas prisões israelitas antes de ser libertada, a 3 de Junho de 2016, com uma pena de 12 meses suspensa durante um período de cinco anos. Nem chegou a estar um mês em liberdade.
A Ma'an refere que o prolongamento da detenção administrativa, por um perído de quatro meses, foi aprovado pelo tribunal militar israelita de Ofer. De acordo com este regime, o preso – sem julgamento nem culpa formada – pode ver a sua detenção ser prolongada indefinidamente.
Em comunicado, a FPLP declarou que a renovação da detenção de Khalida Jarrar «é uma tentativa de reprimir os líderes revolucionários que podem alterar o curso dos acontecimentos na Palestina ocupada, especialmente no que respeita aos ataques da ocupação na Margem Ocidental, ao cerco e imposição de sanções à Faixa de Gaza, e às tentativas de impor o chamado "acordo do século"».
Sublinhou, no entanto, que a «detenção continuada de Khalida Jarrar não irá vergar a sua vontade», fazendo «apenas aumentar a sua determinação e o seu compromisso com a libertação nacional da Palestina».
605 palestinianos presos em Maio
Entretanto, a Sociedade de Prisioneiros Palestinianos, o grupo de apoio aos presos Addameer, o Comité dos Assuntos dos Presos e o Centro Al-Mezan para os Direitos Humanos informaram que, em Maio, as forças de ocupação israelitas prenderam 605 palestinianos na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em Jerusalém, incluindo 94 menores e nove mulheres. Além disso, emitiram 83 ordens de detenção administrativa, sendo 36 novas e as restantes renovações.
De acordo com o relatório emitido por estes organismos, há aproximadamente 6000 presos palestinianos nas cadeias de Israel. Destes, 350 são menores e 430 estão detidos sem culpa formada, ao abrigo da detenção administrativa.
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