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López Obrador é o novo presidente do México

Apesar de os resultados serem preliminares, os outros candidatos já reconheceram a vitória do candidato progressista, líder do partido Morena e candidato pela coligação Juntos Haremos Historia.

López Obrador dirigindo-se a milhares de pessoas na Praça de El Zócalo, na Cidade do México
Créditos / Twitter via @KatuArkonada

Com 49% do escrutínio divulgado, Andrés Manuel López Obrador obtém 53,6% dos votos, seguido dos candidatos da oligarquia que tem dominado o país: Ricardo Anaya, da coligação Por México al Frente (em que se integra o Partido de Acção Nacional), com 22,6%, e José Antonio Meade, candidato da coligação Todos por México (onde se encaixa o Partido Revolucionário Institucional, do actual presidente, Peña Nieto), com 15,4%. Jaime Rodríguez Calderón, independente, obtém 5,5% dos votos.

Pouco depois da divulgação dos primeiros resultados, os restantes candidatos reconheceram o triunfo eleitoral do antigo chefe de governo do Distrito Federal (2000-2005) e que havia sido candidato à Presidência do México em 2006 e 2012 – processos eleitorais marcados por denúncias de fraude e compra de votos.

«Não vou trair o povo mexicano»

Falando já depois da meia-noite (hora do Centro do México) para os milhares de apoiantes que se juntaram na Praça de El Zócalo, na Cidade do México, o fundador do Movimento de Regeneração Nacional (Morena) garantiu que o seu governo será «do povo e para o povo» e que não irá trair a confiança que nele «depositaram milhões de mexicanos».

O candidato progressista, que se manteve sistematicamente à frente das sondagens, disse que irá trabalhar em prol dos «menos favorecidos», tendo garantido que vai defender e implementar políticas sociais que apresentou no seu programa eleitoral, nomeadamente ao nível da Educação, do Emprego e da Saúde.

Antes, na sede central da coligação Juntos Haremos Historia, integrada pelo Morena, o Partido do Trabalho e o Partido Encontro Social, López Obrador afirmou que o seu governo terá como missão fundamental «erradicar a corrupção e a impunidade», acrescentando que a corrupção é o «resultado de um regime político em decadência», indica a TeleSur.

Apelou ainda à «reconciliação» entre todos os mexicanos e, a nível económico, garantiu que «não haverá subida de impostos nem gasolinazos [aumento do preço da gasolina]».

Ao nível da política externa, o novo chefe de Estado mexicano afirmou que o seu país será «amigo de todos os povos e governos do mundo», que «respeitará os princípios de autodeterminação e de resolução pacífica dos conflitos», e que irá procurar estabelecer relações de «mútuo respeito» com a administração dos EUA.

Do seu programa constam também medidas para lidar com a questão da violência endémica no país azteca, que, só no ano passado, provocou 29 mil mortos (por homicídio doloso) e, nos últimos anos, 33 mil desaparecimentos forçados, em grande medida relacionados com os fenómenos do narcotráfico e do crime organizado.

Elevada participação

De acordo com o presidente do Instituto Nacional Eleitoral, Lorenzo Córdova, a participação nas maiores eleições da história do México foi «bastante elevada», tendo referido que os dados premilinares apontavam para uma participação superior a 60% – o que contraria a tradicional alta abstenção no país centro-americano, segundo informa a RT.

Para além da Presidência da República, as eleições de ontem decidiam, a nível federal, a constituição do Senado e da Câmara dos Deputados. A nível local, estavam em causa oito governadores, a chefia do governo da Cidade do México e as suas 16 delegações – que passarão a ser municípios –, congressos estatais, autarquias e milhares de cargos municipais.

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