Num comunicado enviado às redacções, depois de recebida na Assembleia da República para entrega de uma petição e do anúncio das obras de requalificação do Itinerário Principal (IP) 3, a AUS alerta para as afirmações do deputado do PS, Pedro Coimbra.
Segundo informação avançada pelo eleito, aquilo que impede a duplicação do traçado do IP3, em toda a sua extensão, são motivos financeiros e não técnicos. «Tendo em conta que esta declaração contraria as informações que têm vindo a público, a AUS IP3 questiona: Quantos mais têm que morrer para que os aspectos financeiros não prevaleçam sobre as vidas humanas?»
As preocupações dos utentes recaem sobre a segurança mas também sobre a sua própria carteira, depois de o deputado do PS ter avançado soluções «que apontam a existência de percursos portajados alternativos aos 15% do traçado que não será alargado».
A AUS IP3 insiste que continuará a reivindicar uma solução não portajada para esta via «estruturante» para o desenvolvimento de toda esta região, e considera um «ultraje às populações qualquer esquema de implementação de portagens faseado ou encapotado».
Os utentes reiteram a necessidade de as obras avançarem «sem mais demoras», porque, alertam, «os sucessivos acidentes que continuam a acontecer ilustram bem a perigosidade da via e a urgência da sua requalificação».
«Elevada dose de demagogia»
A associação denuncia que o projecto com o lema «IP3 – A solução de mobilidade para mais segurança», tenha sido apresentado pelo primeiro-ministro «fazendo passar a ideia de que a realização desta obra impede o Governo de realizar outras ou de actualizar salários da Função Pública».
O argumento, acrescenta, além de «colocar os portugueses, uns contra outros», é inaceitável. «Não são os 134 milhões de euros que o IP3 custará, repartidos por vários anos, que impedem que o Governo invista na Saúde, nos salários ou em obras, mas sim as opções políticas de quem prefere injectar mais de 2200 milhões de euros no Banif para lavar os crimes de quem arruinou a vida de muitas famílias e a economia do País», lê-se no texto.
Sublinha, por outro lado, que a solução «há muito reclamada por esta associação era, como se prova agora, a mais barata (cerca de metade do que estava previsto para uma auto-estrada) e que já podia ter evitado muitas daquelas vítimas».
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