Em comunicado, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) alerta que os dados divulgados esta semana pelo Ministério da Saúde indicam que 351 candidatos responderam às 378 vagas nesta área, o que segundo o Governo permitirá atribuir médico de família a 500 mil utentes ainda fora das listas.
Porém, segundo a FNAM, tais dados indicam que o actual cenário «pode piorar novamente a muito curto prazo, porque as projeções de aposentações de médicos de família para este ano apontam para 410 saídas» e cerca de 840 mil portugueses continuam sem médico de família formalmente atribuído.
A Federação salienta ainda que «se o concurso que está previsto realizar no final deste ano se concretizar, (...) poderemos atingir um saldo global de 2018 que acabe equilibrado. Porém, já em 2019, «perspetiva-se um novo surto de saídas dos profissionais mais velhos: está previsto um pico de 509 reformas de médicos de família com 66 ou mais anos, 10% do total», acrescenta.
No comunicado, é também afirmado que «importa não repetir o comportamento do Governo anterior que, numa acção de fácil propaganda política, adoptou uma medida contabilística de aumentar o número de inscritos nas listas de utentes, sabendo-se de antemão que essa dimensão das listas não permitiria assegurar em tempo útil o acesso e a qualidade da medicina geral e familiar».
Por sua vez, a FNAM frisa que uma «solução para garantir este direito constitucional tem de centrar-se numa adequada formação médica de novos especialistas nesta área, em mapas de vagas que a tornem uma prioridade, na realização atempada dos concursos de colocação e numa política de saúde globalmente coerente para o SNS».
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