EDP

A Fiequimetal admite que a proposta da energética «deixa uma grande parte da carreira dependente de um hipotético acto de gestão muito pouco transparente». 

Os trabalhadores subcontratados das lojas da EDP estarão em greve, nos distritos a norte de Coimbra, com a realização de uma concentração no Porto, às 11h, em frente às instalações da empresa.

Propostas da administração da EDP sobre progressões na carreira, reformas e pré-reformas revelam a vontade de regredir os direitos dos trabalhadores, com os lucros da empresa sempre a subir.

Em vésperas da reunião plenária, adiada para amanhã, a administração da empresa ainda não cumpriu a sua promessa de entregar antecipadamente as suas proposta. «Só com a luta se poderá forçar a administração a ceder».

Os assistentes de sala do MAAT (Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia) trabalham a falsos recibos verdes para a EDP (mais de 600 milhões de lucros em 2022). Concerto solidário é já hoje, às 18h30, em frente ao museu.

EDP e prestadoras de serviços para o grupo receberam a reivindicação salarial de um mínimo de 850 euros e o aumento do subsídio de refeição. Fiequimetal diz ser «impossível manter a vergonha existente». 

A administração da EDP, «empresa com milhares de milhões de euros de lucros acumulados nos últimos anos», não mostra vontade de valorizar as carreiras profissionais, denuncia a federação sindical.

Milhares de pessoas trabalham, há vários anos, para a EDP através de empresas de trabalho «temporário». Sindicatos da CGTP-IN exigem a integração de todos os precários, sem excepção, nos quadros da empresa.

Em Dezembro, a empresa fez «um pequeno acto de bondade», deu 100 euros de aumento nos benefícios do plano social FLEX. «Foi sol de pouca dura», lamenta a Fiequimetal, pois a empresa já compensou noutro lado.

A EDP acha «discriminatório» não poder lucrar com quem menos rendimentos tem e fez uma queixa à Comissão Europeia sobre isso. Agora a Comissão Europeia, ficando do seu lado, pede esclarecimentos ao Governo sobre a tarifa social. 

Nos últimos seis anos, a EDP acumulou lucros de cerca de 6,7 mil milhões de euros. Mesmo assim, a administração da empresa ignorou a reivindicação de um aumento salarial imediato de apenas 150 euros.

O Orçamento do Estado para 2023 é cada vez mais um reflexo de opções. Para além da borla fiscal dada às grandes empresas, há ainda espaço para pagar às PPP e EDP. 

A Comissão Intersindical da EDP entregou na empresa uma proposta de revisão imediata das tabelas salariais, reivindicando 150 euros de aumento para todos os trabalhadores das empresas do Grupo.

O Tribunal da Relação de Lisboa condenou a EDP a pagar a um trabalhador em situação de pré-reforma as diferenças salariais até à sua passagem à reforma.

O compromisso da administração em enviar as suas propostas à comissão negociadora da Fiequimetal não saiu do papel. Em nova reunião, a EDP finge agora ter chegado a «acordo por consenso» em matérias de que nunca se falou.