especulação imobiliária

Mesmo cumprindo todos os critérios legais, milhares de inquilinos continuam a perder o apoio extraordinário à renda. A notícia sabe-se no mês em que o Governo anunciou um pacote de ajuda de 10 mil milhões de euros desenhado para grandes empresas.

A realizar-se em Oeiras nos dias 11 e 12 de Abril, o I Congresso Internacional de Habitação Pública quer discutir soluções para o drama de milhares de pessoas. No leque de oradores está a vereadora da Habitação da Câmara de Lisboa, mas nenhum movimento habitacional.

A Plataforma Galega «Vivenda Xa!» foi apresentada esta quinta-feira, tendo entre os seus objectivos reclamar um programa de habitação pública que garanta a toda a população o acesso a ela.

Numa visita a um novo empreendimento habitacional, em Machico, Miguel Albuquerque defendeu que os empresários e agentes económicos «têm de ganhar dinheiro» e que «temos de deixar o mercado funcionar».

O preço das casas na Região Autónoma da Madeira subiu 12,6% em 2024, passando para os 3251 euros por metro quadrado, um aumento de 2121 euros face a Janeiro de 2015.

Considerando que «a única falta de oferta que o país tem é a de casas públicas», o movimento Porta a Porta lançou uma campanha nacional que arranca este sábado no Porto.

Centenas de pessoas mobilizaram-se no centro de Londres, este sábado, para exigir rendas controladas e reafirmar que a «habitação acessível não é um negócio, mas um direito humano».

A CGTP-IN frisa que a descida das taxas de juro, anunciada pelo Banco Central Europeu, «está longe de corrigir» os anteriores aumentos e de garantir o direito à habitação.

Apesar de ligeiros avanços após três manifestações, a situação da habitação ainda precisa de uma resposta estrutural. Neste sentido o movimento Casa para Viver, exigindo a ruptura com a política de direita, convocou manifestações para todo o país. 

O executivo liderado por Luís Montenegro quer retirar o poder de veto dos condomínios que pretendam evitar Alojamentos Locais e passar a arbitragem para os presidentes de Câmara. 

Esta é a história daqueles que reclamam o direito a existir. No n° 286, rua dos Fanqueiros, em plena baixa pombalina, uma associação faz da resistência parte da sua actividade. Na Lisboa do turismo excessivo, dos unicórnios e da gentrificação, há quem lute para manter um lugar na cidade que é sua.

Há cinco anos os conservadores prometeram acabar com os «despejos sem culpa» no Reino Unido. Desde então, mais de 90 mil inquilinos foram ameaçados com processos deste tipo.

O debate foi agendado pela Iniciativa Liberal que, ao invés de discutir a Habitação, quis discutir a melhor forma de favorecer a especulação de forma dissimulada. À direita a promoção dos interesses especulativos é marca de água da acção legislativa. 

«Não é só comida ou livro, propomos um modelo de socialização para os espaços urbanos», afirma João Paulo Rodrigues, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Na semana em que o BCE optou por manter o jugo das taxas de juro, estão marcadas para este sábado mais de uma dezena de acções de luta sob o mote «Casa para Viver». O direito à Habitação é urgente e não pode esperar.