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Adesão «praticamente total» à greve da CP

Convocada por vários sindicatos, a greve dos trabalhadores da CP está a ter uma adesão «praticamente total», segundo o secretário-geral da Fectrans, que indica que apenas se cumpriram os serviços mínimos.

CréditosMário Cruz / Agência Lusa

«Neste momento, aquilo que é a parte comercial [bilheteiras] da CP está encerrada e a circulação que se realizou foi aquilo que foi programado como serviços mínimos. De resto, não há nem mais circulação, nem se vêem trabalhadores nos locais de trabalho», disse esta manhã à agência Lusa José Manuel Oliveira.

A greve é uma resposta à «mão cheia de nada» que a administração da CP apresentou na reunião desta quarta-feira, revelou a Fectrans num comunicado, após o encontro. Segundo a estrutura sindical, a proposta apresentada pela CP não responde ao problema central, que é a incapacidade de a empresa recrutar mais trabalhadores.  

«Com efeito, no ano passado a CP tinha como objectivo aumentar o efectivo em mais 370 trabalhadores e acabou por ficar com menos 15 que no ano anterior e com menos trabalhadores conseguiu-se ter um aumento de 17% no número de passageiros, isto só conseguido com muitos trabalhadores a trabalharem 30 dias por mês, em meses seguidos», lê-se no texto. 

Os trabalhadores reivindicam a valorização das suas carreiras, segundo um documento subscrito por mais de dez organizações sindicais, designadamente a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), o Sindicato dos Transportes Ferroviários (STF), o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF/CGTP-IN). 

As estruturas sindicais entendem que as propostas da empresa não respondem à necessidade de valorização das carreiras de todos os trabalhadores da empresa. Por outro lado, revela a nota da Fectrans, a administração da CP «mostrou-se muito preocupada com a "má imagem" da greve, mas nada diz sobre a degradação do serviço, supressão de serviços, em virtude da falta de trabalhadores e do desinvestimento».

A Federação recorre ainda a uma notícia desta quarta-feira, segundo a qual CP gastou, em 2023, menos cerca de 8 milhões do que estava orçamentado para gastos de pessoal, num ano em que teve um lucro de 3,6 milhões de euros, que se segue aos 9,2 milhões do ano anterior, «sem que se tenha reflectido na valorização das carreiras e profissões».


Com agência Lusa

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