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Administração da Autoeuropa pode ceder

Depois de uma greve massiva no passado dia 30, a Comissão Sindical do SITE Sul informou que, na reunião realizada com a administração esta quinta-feira, as estruturas sindicais reafirmaram aquilo que é a posição dos trabalhadores e que a empresa se mostrou disponível para encontrar outra solução.

Piquete de greve no dia 30 de Agosto à entrada da Autoeuropa, com mais de um milhar de trabalhadores presentes
Créditos / SITE Sul

Um comunicado distribuído pela Comissão Sindical do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul/CGTP-IN) aos trabalhadores, informou, acerca da reunião realizada ontem com a administração da Autoeuropa, que «as estruturas sindicais envolvidas (SITE Sul e Fiequimetal) reafirmaram a sua posição, em consonância com a exigência dos trabalhadores» de rejeição do modelo de horário que a empresa tenta impor.

O comunicado acrescenta que «administração reconheceu que o modelo de horário apresentado continha aspectos negativos para a vida dos trabalhadores, do ponto de vista social, familiar, económico, etc.», mostrando-se «disponível para encontrar outra solução».

A Comissão Sindical entende que «estão criadas condições para o diálogo», tendo ficado acordado a realização de uma nova reunião nos próximos dias, com data a agendar. Também informa que, no passado dia 6, reuniram com responsáveis do IG Metall, Sindicato Industrial dos Metarlurgicos, da Alemanha, que se mostraram «solidários e disponíveis para estar ao lado dos trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa».

A rejeição da alteração do horário e a realização da greve foram aprovados por cerca de 3000 trabalhadores nos plenários realizados a 28 de Julho.

O horário que a administração da Autoeuropa pretende impor, a partir de Novembro e durante dois anos, em que os trabalhadores passam a laborar entre segunda-feira e sábado, com três turnos diários e obrigatoriedade de trabalhar ao sábado. Tal significa que só terão dois dias de folga consecutivos quando a folga rotativa for ao sábado ou à segunda-feira, o que aconteceria apenas de três em três semanas, sendo que calharia um fim-de-semana apenas ao fim da sexta semana, com consequências negativas no plano da vida pessoal e familiar, assim como para a saúde.

A rejeição da alteração do horário e a realização da greve foram aprovados por cerca de 3000 trabalhadores nos plenários realizados a 28 de Julho. Os trabalhadores também já tinham demonstrado a rejeição pela proposta em dois plenários realizados durante o Verão, num abaixo-assinado que contou com milhares de assinaturas e no referendo realizado no dia 18 de Julho. Neste referendo, 75% dos trabalhadores rejeitaram o acordo feito com a Comissão de Trabalhadores (agora demissionária), que mantinha a obrigatoriedade de trabalho aos sábados, com contrapartidas que, na perspectiva de quem trabalha, não compensariam a desregulação dos horários.

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