Face ao que consideram ser uma «continuada e provocatória» falta de respostas da administração às suas reivindicações, os trabalhadores vão «endurecer a luta», socorrendo-se de todas as formas e meios à sua disposição, para obrigar o grupo Águas de Portugal a negociar e cumprir o acordo colectivo de trabalho, refere o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP-IN) em nota.
No dia 1 de Julho realizou-se uma reunião entre uma delegação do sindicato e a administração do grupo, mas saiu gorada novamente a expectativa de uma resposta positiva às reivindicações que constam da resolução aprovada pelos trabalhadores nas concentrações de dia 21 de Maio, e entregue à administração, e cujo silêncio levou à realização de uma greve nacional, no dia 11 de Junho, que registou uma grande adesão.
Face a esta atitude «inaceitável» da parte de um grupo empresarial que gerou lucros de milhões de euros, distribuindo-os em forma de dividendos aos accionistas, os trabalhadores prometem um «Verão de luta».
Num grupo que teve 79 milhões de euros de lucros em 2020, os trabalhadores em greve exigiram aumentos salariais e a construção de um novo regime de carreiras. Os trabalhadores do grupo Águas de Portugal cumpriram hoje uma greve de 24 horas pela concretização das medidas necessárias à sua valorização profissional e pela resposta imediata às suas reivindicações. Em declarações ao AbrilAbril, Joaquim Sousa, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP-IN), referiu que esta foi «uma grande jornada de luta» onde a adesão foi acompanhada de uma «grande determinação». «O sector operativo registou uma grande adesão, sendo que a greve arrancou com adesão total no turno da noite», frisou o dirigente, que destacou as concentrações participadas por centenas de trabalhadores em vários locais, de Norte a Sul do País. «Houve trabalhadores em férias que retiraram o dia para aderir à greve, e outros que decidiram hoje sindicalizar-se», o que demonstra «um sentimento de grande descontentamento que se traduz em mobilização», sublinhou Joaquim Sousa. Em comunicado, o sindicato afirma que, com os dados que já conhecidos, se pode afirmar que esta greve é «uma grande resposta dos trabalhadores do grupo AdP, e que, estão mobilizados, organizados e disponíveis para continuar a luta» até que as administrações das empresas do grupo dêem respostas aos seus problemas. A paralisação tem como objectivos exigir o aumento dos salários em 90 euros por trabalhador, fixando-se como salário mínimo de entrada nas empresas os 850 euros, e a negociação das matérias pecuniárias. A construção de um novo regime de carreiras, categorias profissionais e funções e a redução progressiva do horário de trabalho para as 35 horas semanais são outras das reivindicações. Os trabalhadores exigem ainda a atribuição de um subsídio de risco extraordinário, no quadro do surto epidémico do novo coronavírus e a regulação do suplemento de insalubridade, penosidade e risco. A defesa da gestão pública, o combate ao outsourcing e à precariedade, constam também das exigências desta greve. As organizações sindicais lembram que o grupo AdP «se vangloria do bom desempenho económico», nomeadamente do «crescimento do volume de negócios, que ascendeu a 715,3 milhões de euros, com um aumento de 3,4% relativamente a 2019»; a «redução de 9% do endividamento líquido»; ou o resultado líquido de «78,6 milhões de euros, que representa uma redução de 5,5% em relação ao exercício anterior, decorrente do impacto da pandemia». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Águas de Portugal: adesão à greve e determinação traduzem descontentamento
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Os trabalhadores exigem, entre outras reivindicações, o cumprimento do acordo colectivo de trabalho, o aumento dos salários em 90 euros (fixando-se, no curto prazo, 850 euros como o salário mínimo de entrada nas empresas), a valorização das carreiras e a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais.
A uniformização dos direitos, a contratação de mais trabalhadores, a atribuição de um subsídio de risco extraordinário no âmbito do actual contexto epidémico são outras das exigências.
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