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Balanço «extremamente positivo». Mais de 90% aderiram à greve parcial da Carris

A adesão dos trabalhadores da transportadora Carris à greve parcial, convocada esta semana para reivindicar aumentos salariais e 35 horas semanais de serviço, é superior a 90%. 

CréditosMário Cruz / Agência Lusa

Os trabalhadores da Carris iniciaram na segunda-feira uma greve parcial, que termina hoje. «O balanço que fazemos é um balanço extremamente positivo, com uma adesão superior a 90%», disse à Lusa Manuel Leal, do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN), acrescentando que se registaram «algumas situações de paralisação de turnos, na ordem dos 100%».

A greve abrangeu inicialmente motoristas e guarda-freios, aos quais se juntaram os trabalhadores das oficinas da Companhia Carris de Ferro de Lisboa, operador de transportes públicos da capital.

O STRUP espera que a «adesão seja lida da parte do conselho de administração [da Carris] como uma forma de dar respostas positivas às reivindicações que estão colocadas em cima da mesa».

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A paragem da Carris é na greve

A administração da Carris pediu ao Tribunal Arbitral «serviços máximos», mas este deu razão ao Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal e decretou serviços mínimos. Esta quarta-feira há greve e concentração.

CréditosMário Cruz / Agência Lusa

Não é novo o descontentamento dos trabalhadores na Carris. Ainda no passado mês de Junho os trabalhadores da empresa rodoviária de Lisboa realizaram um ciclo de greves parciais e ao longo de vários dias foram realizadas greves de 4 horas que incidiam no início dos turnos, com uma adesão superior a 80%.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN)), a acção de luta «demonstrou a forte mobilização e motivação dos trabalhadores em defesa do aumento geral dos salários, pela redução do horário de trabalho e pela resolução de muitos problemas que a administração, nomeada pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), continua a ignorar».

Já no mês de Maio, o sindicato e os trabalhadores afirmaram que «por mais desculpas que o Conselho de Administração da Carris invente e a CML faça “ouvidos de mercador”, os dados demonstram e os factos comprovam que há dinheiro e razões de sobra para os trabalhadores lutarem por aquilo a que têm direito», dando como exemplo a isenção de 3 milhões euros ao Rock-in Rio em taxas municipais.

Uma vez que a situação não melhora, e a administração e a CML insistem em ignorar as legítimas reivindicações dos trabalhadores, no próximo dia 11 haverá nova greve, mesmo contra a vontade de quem manda. Acontece que a administração, sabendo da greve, pediu ao Tribunal Arbitral «serviços máximos» para o dia em questão, mas o tribunal deu razão ao STRUP.

Segundo o comunicado da estrutura afiliada à Fectrans/CGTP-IN, o Tribunal Arbitral ficou do lado dos trabalhadores e decidiu acolher a proposta dos seus representantes, decretando assim os serviços mínimos por si propostos e, deste modo, estão criadas as condições para uma boa adesão à greve de 24 horas. 

«Será de toda a utilidade que todos juntos possamos decidir a forma de continuação da luta, se o Conselho de Administração não extrair da necessária adesão massiva dos trabalhadores, a esta greve do dia 11, as conclusões que devia e se não aparecer na reunião marcada para o dia 23 de Julho, às 15 horas, com uma atitude de vir de encontro às reivindicações centrais deste processo de luta», pode ler-se no comunicado emitido. 

Além da greve, também está marcada uma concentração de trabalhadores na estação da Pontinha, pelas 10h30 do dia 11. Dada a greve, a estrutura sindical apela a que a deslocação até ao local de recolha dos autocarros seja feita pelo metropolitano e, além disso, que todos os trabalhadores reforcem os piquetes de modo a garantir o sucesso da greve.  
 

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O sindicato exige o «aumento real dos salários», pedindo mais 40 euros mensais na tabela, depois de a empresa feito uma atualização de 60 euros – de forma a corresponder à reivindicação inicial de 100 euros. Simultaneamente, os trabalhadores exigem 35 horas semanais de serviço, incluindo os tempos de deslocação no horário de trabalho, e a atualização dos valores do subsídio de refeição para «valores aceitáveis que possam cobrir aquilo que são os custos».

Outra das reivindicações do STRUP é «a integração definitiva» dos trabalhadores da Carrisbus, que assegura a manutenção e reparação de autocarros e eléctricos, e da Carristur, que presta serviços de turismo e formação, ambas detidas a 100% pela Carris.

O STRUP espera que a reunião marcada com o conselho de administração da Carris para dia 23, às 15h, «corresponda a estas reivindicações» e que a empresa «mostre disponibilidade para dar continuidade ao processo de negociação».

Caso isso não aconteça, o STRUP – mandatado para o efeito no último plenário de trabalhadores – desencadeará um pré-aviso de greve de 24 horas para 18 de Setembro. Esse pré-aviso – adiantou Manuel Leal – abrange todos os sectores da empresa.

Recorde-se que, no passado dia 11, os trabalhadores da Carris cumpriram uma paralisação de 24 horas com uma adesão superior a 90%.


Com agência Lusa

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