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Forte adesão à luta na Carris

A adesão à greve de 24 horas dos trabalhadores da Carris, motoristas e guarda-freios por aumentos salariais e 35 horas de trabalho semanal é superior a 90%. 

CréditosRodrigo Baptista / Agência Lusa

«Ainda não consigo dar um número de adesão exacto, mas estamos com uma adesão superior a 90% claramente», adiantou esta manhã à Lusa Manuel Leal, do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN), elogiando todos os motoristas e guarda-freios que desde as 22h desta quarta-feira «estão a aderir de forma maciça nestas 24 horas de greve».

«Vamos ter um plenário, uma concentração na estação da Pontinha por volta das 10h30 para discutir a situação e medidas a tomar quanto ao processo de desenvolvimento da luta para atingir as revindicações», acrescentou.

Os trabalhadores da Carris, motoristas e guarda-freios cumprem hoje uma greve de 24 horas em protesto pela falta de resposta da administração às reivindicações de aumento real dos salários e de evolução para as 35 horas semanais de serviço. A paralisação foi iniciada pelos trabalhadores da rede da madrugada às 22h desta quarta-feira, enquanto para os restantes trabalhadores de tráfego teve início às 3h de hoje.

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A paragem da Carris é na greve

A administração da Carris pediu ao Tribunal Arbitral «serviços máximos», mas este deu razão ao Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal e decretou serviços mínimos. Esta quarta-feira há greve e concentração.

CréditosMário Cruz / Agência Lusa

Não é novo o descontentamento dos trabalhadores na Carris. Ainda no passado mês de Junho os trabalhadores da empresa rodoviária de Lisboa realizaram um ciclo de greves parciais e ao longo de vários dias foram realizadas greves de 4 horas que incidiam no início dos turnos, com uma adesão superior a 80%.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN)), a acção de luta «demonstrou a forte mobilização e motivação dos trabalhadores em defesa do aumento geral dos salários, pela redução do horário de trabalho e pela resolução de muitos problemas que a administração, nomeada pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), continua a ignorar».

Já no mês de Maio, o sindicato e os trabalhadores afirmaram que «por mais desculpas que o Conselho de Administração da Carris invente e a CML faça “ouvidos de mercador”, os dados demonstram e os factos comprovam que há dinheiro e razões de sobra para os trabalhadores lutarem por aquilo a que têm direito», dando como exemplo a isenção de 3 milhões euros ao Rock-in Rio em taxas municipais.

Uma vez que a situação não melhora, e a administração e a CML insistem em ignorar as legítimas reivindicações dos trabalhadores, no próximo dia 11 haverá nova greve, mesmo contra a vontade de quem manda. Acontece que a administração, sabendo da greve, pediu ao Tribunal Arbitral «serviços máximos» para o dia em questão, mas o tribunal deu razão ao STRUP.

Segundo o comunicado da estrutura afiliada à Fectrans/CGTP-IN, o Tribunal Arbitral ficou do lado dos trabalhadores e decidiu acolher a proposta dos seus representantes, decretando assim os serviços mínimos por si propostos e, deste modo, estão criadas as condições para uma boa adesão à greve de 24 horas. 

«Será de toda a utilidade que todos juntos possamos decidir a forma de continuação da luta, se o Conselho de Administração não extrair da necessária adesão massiva dos trabalhadores, a esta greve do dia 11, as conclusões que devia e se não aparecer na reunião marcada para o dia 23 de Julho, às 15 horas, com uma atitude de vir de encontro às reivindicações centrais deste processo de luta», pode ler-se no comunicado emitido. 

Além da greve, também está marcada uma concentração de trabalhadores na estação da Pontinha, pelas 10h30 do dia 11. Dada a greve, a estrutura sindical apela a que a deslocação até ao local de recolha dos autocarros seja feita pelo metropolitano e, além disso, que todos os trabalhadores reforcem os piquetes de modo a garantir o sucesso da greve.  
 

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De acordo com o STRUP, afecto à Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), os sectores fixos estão em greve entre as 0h e as 23h59 de hoje. Adianta ainda que o Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos para a greve, considerando como necessários, nomeadamente, o funcionamento do transporte exclusivo de deficientes, do pronto-socorro e do posto médico.

Segundo o STRUP, o Tribunal Arbitral não acolheu a proposta da empresa, que pretendia «serviços máximos», com a circulação de autocarros.

No último plenário, em 19 de Junho, os trabalhadores consideraram ser «inadmissível que o Conselho de Administração (CA) da Carris continue sem dar resposta às reivindicações constantes», apesar do «resultado líquido da empresa de 9,5 milhões de euros» assumido pela empresa no relatório e contas de 2023. 

Já no mês de Maio, o sindicato e os trabalhadores tinham avançado que, «por mais desculpas que o Conselho de Administração da Carris invente» e apesar de a Câmara de Lisboa fazer «ouvidos de mercador», os «factos comprovam que há dinheiro e razões de sobra para os trabalhadores lutarem por aquilo a que têm direito», dando como exemplo a isenção de 3 milhões euros ao Rock in Rio em taxas municipais.

Entre as reivindicações, os trabalhadores exigem um aumento de 100 euros na tabela salarial, aumento do valor do subsídio de alimentação, evolução para as 35 horas semanais, com a inclusão do tempo de deslocação de e para os locais de rendição, e passe para a Área Metropolitana de Lisboa.

No último plenário, o STRUP ficou mandatado a continuar o processo de luta com uma greve às duas primeiras e duas últimas horas do horário de trabalho diário, na semana de 15 a 19 de Julho. O processo de luta será interrompido se, na reunião do próximo dia 23 de Julho, o conselho de administração da Carris mostrar disponibilidade para responder às reivindicações enunciadas. 


Com agência Lusa

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