A Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) denuncia o atraso na divulgação dos resultados do Concurso Individual de Bolsas de 2016. O Regulamento dá como limite o prazo de 90 dias úteis a contar desde a data de encerramento das candidaturas, que seria a data de hoje, mas a FCT estabeleceu um novo prazo: 28 de Fevereiro.
A FCT justificou o atraso com as alterações nas regras de elegibilidade. Também afirmou que o elevado número de candidaturas e novas condições impostas aos painéis de avaliadores também atrasaram o processo de avaliação.
«O pagamento de retroactivos não resolve o problema criado pelo atraso de três meses na divulgação dos resultados do Concurso e que afecta mais de 5000 candidatos»
comunicado da ABIC
Segundo a ABIC afirmou em comunicado, «a questão da exclusividade impõe que o candidato fique à espera dos resultados até final de Fevereiro sem auferir rendimentos e sem saber se deve ou não iniciar o plano de trabalhos, pelo que o pagamento de retroactivos não resolve o problema criado pelo atraso de três meses na divulgação dos resultados do Concurso e que afecta mais de 5000 candidatos».
Os bolseiros reivindicam ainda que se actualizem os valores das bolsas. Segundo a associação, há quase 15 anos que os valores se mantêm. Exigem também a reposição dos subsídios retirados e a inclusão dos bolseiros no regime geral da Segurança Social.
Na concentração, faixas e cartazes defendiam o direito a estabilidade e à Segurança Social e a dignificação da investigação. Uma delegação da ABIC acabaria por ser recebida na sede da FCT, mas sem resposta às reivindicações.
«A FCT lamentou o atraso no concurso, mas disse que nada podia fazer em relação a este ano, admitiu apenas abrir novo concurso em Março, o que é uma boa notícia, mas não resolve todos os problemas», disse à imprensa o vice-presidente da ABIC, João Ferreira.
«Isto deixa milhares de pessoas numa situação de espera e de angústia»
joão Ferreira, vice-presidente da ABIC
«Isto deixa milhares de pessoas numa situação de espera e de angústia», afirmou o dirigente associativo, acrescentando que muitos destes candidatos dependem da bolsa para viver: «Consubstancia uma situação gravíssima até do ponto de vista social», acrescentou.
Os bolseiros já tinham defendido a antecipação do concurso. No próximo ano, começam também a ser substituídas bolsas por contratos de trabalho a termo.
Os manifestantes entregaram uma carta na FCT em que condenam o atraso na divulgação dos resultados do concurso, e na qual afirmam que esperam «cada vez mais por menos dinheiro».
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