A reunião pedida para o mês de Junho acabou por ser «empurrada», pela administração da unidade hoteleira Club Med da Balaia, em Albufeira, para Setembro. A disponibilidade para «negociar um acordo que responda às necessidades imediatas e aspirações dos trabalhadores», não parece ser uma prioridade dos patrões da hotelaria.
As cedências da empresa são «positivas», mas serão sempre «insuficientes» enquanto os precários com mais de 30 anos de casa não forem integrados nos quadros, defendem os trabalhadores da unidade hoteleira algarvia. No início da semana, «foi apresentada uma proposta à comissão negociadora sindical de um aumento de 3,5% para os salários até aos 900 euros, 2,5% até aos 1 600 euros e 2% para os restantes». Esta foi uma das muitas cedências que a administração do hotel Club Med da Balaia, em Albufeira, transmitiu ao Sindicato de Hotelaria do Algarve (SHA/CGTP-IN). No seguimento de uma acção judicial intentada pelo sindicato, o Tribunal do Trabalho de Faro proferiu uma sentença favorável aos trabalhadores quanto ao pagamento do trabalho prestado em dia feriado. Em causa está o pagamento do trabalho prestado em dia feriado com o acréscimo de 200% desde Setembro de 2017. Esta acção judicial surgiu depois de a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), a pedido do Sindicato de Hotelaria do Algarve (CGTP-IN), ter levado a cabo acções inspectivas em vários estabelecimentos turísticos da região e ter levantado os respectivos autos às empresas para que estas paguem aos trabalhadores o trabalho prestado em dia feriado. À data, a maioria das empresas recusou o pagamento deste valor com base numa orientação da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). A posição do sindicato suporta-se nas portarias de extensão emitidas pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, relativas aos contratos colectivos de trabalho celebrados entre a Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) e a AHETA e que devem ser respeitados pelas empresas associadas. A organização sindical congratula-se «com a acção da ACT e com esta importante decisão judicial» e exorta os trabalhadores a reclamar junto das suas entidades patronais o pagamento dos valores em dívida. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o sindicato anuncia a intenção, manifestada pela empresa, de aumentar o salário de entrada para os 850 euros, tendo a administração ficado de estudar outras das propostas apresentadas pela comissão negociadora sindical: uma «ajuda para as despesas de transporte e a criação de um regime de diuturnidades, para valorizar a experiência e a antiguidade». Em sentido inverso, a administração persiste em rejeitar a «integração, no quadro de efectivos, dos trabalhadores com vínculos precários, alguns deles a trabalhar naquele estabelecimento há 30 e 40 anos». Embora valorizem a disponibilidade da empresa em acolher um número significativo de propostas, os trabalhadores exigem que todos os funcionários com vínculos precários, a ocupar postos de trabalho permanentes, passem para o quadro de efectivos da empresa. O SHA «está totalmente solidário com a decisão dos trabalhadores e apela a que se mantenham unidos e determinados para lutar contra o empobrecimento e a degradação das condições condições de vida que lhes querem impor». O sindicato vai pedir uma nova reunião negocial para o próximo dia 15 de Junho. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Precários têm de ser integrados no hotel Club Med da Balaia
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Tribunal condena hotéis ao pagamento de feriados a 200%
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Em causa, refere em comunicado o Sindicato da Hotelaria do Algarve (SHA/CGTP-IN), «está a exigência de um aumento salarial intercalar, com efeitos a 1 de Janeiro, por forma a alcançar os 90 euros em 2022, para todos os trabalhadores que trabalham no estabelecimento, incluindo temporários e prestadores de serviços essenciais ao seu funcionamento, garantindo que ninguém aufira um vencimento base inferior a 850 euros».
De igual forma, os trabalhadores querem o reforço, no imediato, «do quadro de pessoal nas secções e departamentos onde haja essa necessidade premente, como se verifica nos andares, cozinha, copa, economato, entre outros», assim como a melhoria geral das condições de trabalho, das instalações e equipamentos.
Sem resposta para as suas reivindicações, os trabalhadores do Club Med da Balaia decidiram, em plenário, fazer greve nos dias 10 e 15 de Agosto. O SHA, por seu lado, reafirma a sua determinação em continuar a «esclarecer e a mobilizar os trabalhadores do sector para a luta por salários, condições de trabalho e direitos que permitam uma vida digna para todos os que cá trabalham».
O sindicato tem vindo, ao longo dos anos, «a alertar para a grave situação que se está a gerar no sector do Turismo, devido ao brutal aumento da exploração que se está a verificar e à recusa do Governo em tomar as medidas necessárias para garantir a valorização dos salários e a melhoria das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores».
Sem alterar a sua «política de favorecimento dos grandes grupos económicos e financeiros», a tendência nos próximos meses, a par da inflação e do aumento especulativo dos custos de vida, «será de aumento da conflitualidade nos locais de trabalho e na rua».
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