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Com «coragem e o empenho» foi conquistado novo acordo de valorização de carreiras

Após um ano de intensas negociações e manifestações por melhores condições de trabalho,  os trabalhadores da EDP alcançaram um novo acordo com a administração da empresa, contemplando avanços na progressão salarial, regimes de turnos, benefícios familiares e flexibilidade de horário.

Concentração de trabalhadores em greve do Grupo EDP, convocada hoje, 10 de Abril de 2024, pela Fiequimetal/CGTP-IN, enquanto decorre a Assembleia Geral de accionistas da empresa na sede em Lisboa. Nesta assembleia vai ser aprovado um aumento de 15% para a administração que contrasta com o aumento de 3%, abaixo da inflação, para os já salários baixos dos trabalhadores. 
CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

A Comissão Negociadora Sindical da Fiequimetal anunciou que o acordo representa «um primeiro passo importante na conquista de direitos» e que só foi possível graças ao «empenho e à unidade dos trabalhadores», que mantiveram uma posição firme e reivindicativa ao longo de todo o processo. A Comissão observa que, embora o acordo não atenda todas as exigências inicialmente apresentadas na Carta Reivindicativa de Outubro de 2023, inclui importantes melhorias em temas essenciais para os colaboradores da EDP.

Entre as medidas acordadas, destacam-se a progressão salarial, com um compromisso para valorizar a experiência acumulada dos trabalhadores; regimes de turnos e disponibilidade, que integra avanços que garantem melhores condições para os trabalhadores em horários rotativos; benefícios familiares, como o apoio alimentar para a primeira infância e um prémio de retenção de talentos; e dia de aniversário, com opções de flexibilidade no horário e mais benefícios.

A Fiequimetal salienta que, há um ano, a administração considerava «impossível» a implementação de um modelo que valorizasse o tempo de experiência dos trabalhadores. No entanto, a força e a união mostraram que é possível avançar em várias frentes. Além disso, já havia sido assegurado anteriormente a preservação de pontos sobrantes das avaliações anuais para uso nos ciclos seguintes.

A negociação entre a Comissão Negociadora Sindical e a administração da EDP ainda não chegou ao fim. A 13 de Novembro haverá uma nova ronda negocial para discutir os enquadramentos e a progressão nas carreiras profissionais. Os trabalhadores relembram que desde 2014 alertam para a necessidade de reduzir o tempo exigido para alcançar o topo das carreiras, que atualmente se estima em 55 a 60 anos de trabalho, algo que considera «inviável».

Desde 2021, a administração possui uma proposta da Comissão Negociadora Sindical para revisão das carreiras, mas até ao momento não foram anunciadas conclusões definitivas sobre o tema. 

O comunicado da Comissão Negociadora Sindical reforça que «a luta dos trabalhadores pela melhoria das condições de trabalho é um processo contínuo» e que os ganhos conquistados neste acordo são apenas um «primeiro passo» para que a administração reconheça o valor e a dedicação dos trabalhadores da EDP. «Este é um avanço significativo, mas não é um ponto final», vinca a Fiequimetal.
 

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