Numa carta aberta, a Comissão de Trabalhadores (CT) explica que as condições da aprovação daquele documento criam condicionamentos «que colocam a empresa e os seus trabalhadores numa constante situação de precariedade, incompatível com a responsabilidade que representa o serviço público que presta».
«A CT considera inaceitável a situação em que a Lusa se encontra e que – mais uma vez – atinge os trabalhadores, de todas as áreas da empresa», e «constata, mais uma vez, que o Governo do PS mantém a mesma falta de interesse registada durante os governos do PSD/CDS-PP, apesar de todos os compromissos assumidos, nomeadamente após o anúncio sobre os valores do Orçamento do Estado respeitante a 2017».
No documento, é dado conta que «a presidente do conselho de administração da Lusa, Teresa Marques, informou a Comissão de Trabalhadores que o Plano de Actividades e Orçamento (PAO) para 2017 foi aprovado em assembleia-geral realizada na segunda-feira, seguindo-se uma declaração de voto por parte do representante do Estado a impor uma despesa inferior à orçamentada em duas rubricas relacionadas com o pessoal, a menos que a empresa conseguisse aumentar as receitas próprias a um nível muito pouco provável de alcançar, tendo em conta o contexto do mercado».
Os representantes dos trabalhadores recordam «que a génese da Lusa é o serviço público» e exigem que sejam esclarecidos os fundamentos desta decisão que vai afectar o funcionamento da empresa, «já em esforço, com falta de meios humanos e materiais», acrescentando que «o novo contrato com o Estado ainda não está em vigor».
Numa nota enviada à redacção na quarta-feira, a Direcção de Informação (DI) da Lusa afirma que «as restrições resultantes da última assembleia geral – corte no orçamento com pessoal e com contratação de serviços externos – não têm como base o orçamento executado em 2016, mas já os valores previstos para 2017, que partiam de um pressuposto de crescimento e eram superiores aos do ano passado».
A DI considera que as necessidades da redacção não ficam resolvidas com a substituição de três redactores, alegando que desde 2010, e sem contar com as pré-reformas, a Lusa perdeu 14 jornalistas do seu quadro (21, em termos de efectivo ao serviço), afirmando que «aguarda resposta a mais cinco pedidos de substituição de redactores para compensar situações de saídas recentes, assim como espera autorização para reforçar as redes nacional e internacional, conforme prevê o PAO agora aprovado».
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