De acordo com o novo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a que o AbrilAbril teve acesso, em países como Chipre, Itália e Áustria a diferença salarial por hora é mais elevada, com 42,3% e 25%, respectivamente. Na Finlândia é inferior à média, com 11%, e no conjunto da União Europeia é de quase 9%.
Segundo o relatório, nos últimos cinco anos, a diferença salarial aumentou em alguns países de elevado rendimento. Em Itália, os trabalhadores migrantes ganham 30% menos do que os nacionais, de acordo com os dados mais recentes, em comparação com os 27% de 2015. Em Portugal, a diferença salarial é de 29%, em comparação com os 25% de 2015, enquanto na Irlanda é de 21%, registando-se também uma subida relativamente a 2015 (19%).
O relatório «The Migrant gap: understanding the wage diferences between migrants and nationals» revela que, nos países de elevado rendimento, os migrantes têm mais probabilidades de ter um trabalho com vínculo precário e muitas vezes enfrentam desigualdade de tratamento no mercado de trabalho, incluindo no que respeita a salários, acesso ao emprego e formação, condições de trabalho, Segurança Social e direitos sindicais.
Não obstante ganharem menos do que os nacionais, e de ser maior a probabilidade de trabalharem em empregos menos qualificados, que não correspondem à sua formação escolar e competências, os trabalhadores migrantes apresentam-se com qualificações semelhantes dentro da mesma categoria profissional.
Para ilustrar o desequilíbio, o relatório foca o exemplo dos EUA e da Finlândia, onde a percentagem de trabalhadores migrantes com o Ensino Secundário é de 78% e 98%, respectivamente, apesar de a percentagem de trabalhadores migrantes em empregos altamente ou semi-qualificados ser de apenas 35% nos EUA, e 50% na Finlândia.
No caso das trabalhadoras migrantes, a penalização salarial duplica. Segundo a OIT, a diferença salarial entre os trabalhadores nacionais masculinos e as mulheres migrantes nos países de elevado rendimento é estimada em quase 21% por hora, acima da diferença salarial entre homens e mulheres (16%) nesses países.
A organização constata ainda que a pandemia afectou mais os trabalhadores migrantes do que o resto da população activa, já que os seus postos de trabalho se prestam menos ao teletrabalho e «um grande número trabalha na linha da frente com maior exposição ao vírus».
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