O dirigente sindical, que já ontem havia falado com o AbrilAbril sobre o primeiro dia de greve nos museus e monumentos, e as razões que a motivaram, destacou a «excelente adesão» registada, o que, em seu entender, reforça as reivindicações dos trabalhadores.
A greve nacional dos trabalhadores dos monumentos, museus, palácios e sítios arqueológicos foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS/CGTP-IN), para sexta-feira e hoje, em protesto contra a crónica falta de pessoal no sector e o «recurso sistemático à precariedade».
De acordo com Artur Sequeira, hoje encontram-se encerrados os museus de Arqueologia e Etnologia, o Grão Vasco, os dois dos Coches (antigo e moderno), o Soares dos Reis, a Torre de Belém, Alcobaça, Batalha, Paços dos Duques, Conímbriga, Forte de Sagres, D. Diogo de Sousa, Côa e as Ruínas de Guadalupe.
O dirigente sindical disse que estão abertos ao público dez museus, alguns dos quais a funcionar com dificuldades e menos trabalhadores do que é habitual. No Museu Nacional de Arte Antiga, funciona apenas uma sala, disse. Estão ainda abertos os museus do Azulejo, do Chiado, da Música, Museu de Évora, Ajuda, Machado de Castro, Jerónimos, Frei Bartolomeu do Cenáculo e Convento de Cristo.
Artur Sequeira expressou a disposição dos sindicatos para negociar com o Governo, que «tem todas as condições para dar resposta aos problemas existentes no sector e reivindicações apresentadas», disse.
Entre as várias exigências feitas pela federação, assumem particular destaque a necessidade de pôr fim à falta de pessoal, que se arrasta no sector da Cultura, bem como ao recurso sistemático a trabalhadores com «vínculos precários para satisfazer necessidades permanentes dos serviços».
A este propósito, o dirigente sindical sublinhou que o ministro da tutela se tinha comprometido a integrar 108 trabalhadores dos museus com contrato a termo incerto e que desempenham funções permanentes, mas que tal não veio a acontecer.
A Federação contesta também o projecto governamental de municipalização das competências destes espaços, considerando que, com isso, se procura «abrir caminho à privatização da Cultura» e desresponsabilizar o Estado, quando deve ser este a garantir a existência de um «serviço público de qualidade».
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