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Fenprof anuncia protesto nacional a 5 de Outubro em defesa da Educação

A Fenprof fez esta quinta-feira o balanço do ano lectivo, em que acusou o Governo de «inércia», e anunciou a convocação de uma manifestação nacional no dia 5 de Outubro, em Lisboa.

Os professores continuam a dinamizar acções reivindicativas
CréditosJoão Relvas / Agência LUSA

Numa conferência de imprensa dedicada ao último ano lectivo e ao próximo, o secretário-geral da Fenprof voltou a apontar a pandemia da Covid-19 como aquilo que mais marcou a Educação, à semelhança do que já tinha acontecido em 2019/2020.

«Foi o traço de um ano lectivo atípico», sublinhou Mário Nogueira, apontando alguns dos obstáculos que marcaram quase dez meses de aulas: mais de três mil escolas afectadas pela pandemia no primeiro período, a inesperada interrupção lectiva em Janeiro, o regresso do ensino à distância duas semanas depois e um terceiro para «tentar recuperar dos prejuízos».

Ao longo deste período, alguns dos mesmos problemas identificados no ano lectivo anterior voltaram a verificar-se com resultado idêntico – o agravamento de desigualdades – e para a Fenprof um dos responsáveis foi o Executivo.

«Resultam da inépcia e da inércia de um Ministério e, sobretudo, de um ministro que ainda não chegou a sê-lo», acusou Mário Nogueira, apontando o dedo ao responsável pela pasta da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

As criticas foram justificadas pela falta dos computadores, pelo bloqueio negocial por parte da tutela e, mais recentemente, pela possibilidade de o Governo remeter para o Tribunal Constitucional dois diplomas aprovados pela Assembleia da República sobre o recrutamento e vinculação de professores.

Perante este balanço, o secretário-geral da Fenprof sublinha que a maior preocupação dos representantes de professores está direccionada para o futuro, designadamente no próximo ano lectivo.

«Vemos com preocupação a existência de um plano de aprendizagens que é meramente conjuntural, quando deveria prever medidas de fundo que atacassem problemas estruturais», exemplificou, referindo-se ao Plano 21|23 Escola+, para a recuperação das aprendizagens, que foi apresentado no mês passado.

Em concreto, a Fenprof esperava que, entre outras medidas, o plano do Ministério da Educação previsse a redução do número de alunos por turma e um maior reforço do crédito horário para que as escolas «possam decidir as medidas mais adequadas às suas necessidades».

Por outro lado, o dirigente sindical referiu ainda o processo de municipalização do ensino, que tem sido repetidamente criticado pela Fenprof, e o futuro da profissão, apontando o envelhecimento da classe do docente e a cada vez menor atractividade.

«Nesse sentido, as exigências estratégicas que destacaremos no início do ano lectivo serão de combate às desigualdades educativas e de valorização da profissão docente», sublinhou, acrescentando que espera que o período de discussão do Orçamento do Estado para 2022 seja «a oportunidade para desenvolver processos negociais».


Com agência Lusa

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