|administração pública

Frente Comum: «É a maior greve dos últimos anos»

A greve da Administração Pública registou até ao final da manhã «fortíssimos níveis de adesão», na ordem dos 85%, sendo «uma das maiores greves dos últimos anos», afirma a Frente Comum (CGTP-IN).

Nos últimos anos, foram várias as acções de protesto protagonizadas pelos trabalhadores da Administração Pública
Manifestação de trabalhadores da Administração LocalCréditos / Frente Comum

Em conferência de imprensa ao final da manhã, para fazer um balanço sobre a greve nacional da Administração Pública, Ana Avoila afirmou que os dados preliminares indicam que, «em termos globais, a adesão à paralisação ande na ordem dos 85%».

A coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública sublinhou os «fortíssimos níveis de adesão à greve», sobretudo nos sectores da Educação, Saúde, Administração Central e autarquias, acrescentando que é «seguramente uma das maiores greves dos últimos anos na Administração Pública».

Segundo Ana Avoila, os dados da greve mostram que «há uma percepção muito maior dos trabalhadores» sobre «a degradação continuada dos salários», uma vez que os funcionários públicos não têm aumentos há dez anos, com uma perda real do poder de compra acima de 20%.

Depois da greve, os trabalhadores do público e do privado vão novamente demonstrar o seu descontentamento na manifestação da CGTP-IN marcada para 15 de Novembro, acrescentou a sindicalista, avisando que «a luta vai continuar» até que o Governo responda às reivindicações dos trabalhadores.

Adesão esmagadora em todos os serviços

Segundo os dados da greve, «a esmagadora maioria das grandes unidades hospitalares do País estão a funcionar só com os serviços mínimos exigidos por lei e, onde os mesmos não são impostos, os serviços estão encerrados, como é o caso das consultas externas». As unidades locais de saúde registaram também «elevadas adesões» à paralisação.

Além disso, «centenas e centenas de escolas e jardins de infância da rede pública encontram-se encerrados ou sem actividade lectiva» e na Administração Central, nomeadamente nos serviços de atendimento ao público, registaram-se adesões totais.

Segundo a Frente Comum, a greve está a afectar os serviços da Segurança Social e Justiça, estando encerrados vários serviços de atendimento ao público no Instituto de Registos e Notariado, no Campus de Justiça ou na Loja do Cidadão das Laranjeiras. Na Cultura, vários monumentos nacionais como o Mosteiro dos Jerónimos e o Museu de Arqueologia estão encerrados.

A greve também está a afectar a Administração Local, sobretudo o serviço de recolha do lixo nos concelhos de Évora, Loures, Odivelas, Setúbal, Moita, Palmela, Seixal, Almada e Amadora, entre outros. No Município de Lisboa, 83% dos trabalhadores da recolha do lixo aderiram, enquanto em Sintra e no Funchal a adesão foi de 75%.

Os dados indicam ainda o encerramento de câmaras, serviços municipalizados, associações de bombeiros, empresas municipais e intermunicipais.

Um dos principais motivos da greve é a falta de resposta do Governo para os aumentos salariais na Administração Pública no próximo ano. 

Para Ana Avoila, as reuniões com o Ministério das Finanças sobre o Orçamento do Estado para 2019 não passaram até agora de «simulacros de negociação», uma vez que o Governo continua sem apresentar uma proposta de actualização salarial. Por sua vez, a Frente Comum defende um mínimo de 60 euros para os salários mais baixos e de 4% para os restantes.

Com Agência Lusa

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui