Greve a 100% em vários serviços do SAMS

Os trabalhadores do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI/UGT) e dos seus Serviços de Assistência Médico-Social (SAMS) realizaram hoje greve pela defesa da contratação colectiva, demonstrando a sua indignação com o requerimento de caducidade das suas convenções colectivas, efectuado pela direcção do sindicato.

Trabalhadores concentrados hoje durante a manhã junto Centro Clínico do SAMS, em Lisboa
Créditos / CESP

Segundo informou fonte sindical hoje pela manhã, a greve atingiu os 100% nos Serviços de Urgência do Hospital SAMS em Lisboa, onde estão a ser cumpridos os serviços mínimos, e a adesão foi total no Serviço de Fisioterapia do Centro Clínico. Informou ainda que houve trabalhadores que foram trabalhar por estarem a recibos verdes, com contrato a termo ou por estarem a ser intimidados para comparecer ao trabalho.

Os trabalhadores realizaram concentrações junto ao Hospital e ao Centro Clínico do SAMS, em Lisboa, tendo aqui aprovado uma moção e realizado uma conferência de imprensa.

«É inqualificável esta atitude da actual direcção do SBSI, que demonstrou um perfeito desprezo pelos trabalhadores ao seu serviço, assumindo uma postura de sindicato-patrão, prepotente e hipócrita, com duas faces, dois pesos e duas medidas»

IN documento distribuído aos utentes pelos trabalhadores em luta

Foi em Novembro que o SBSI, da UGT, requereu ao Ministério do Trabalho a caducidade das convenções colectivas. O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde, o Sindicato Nacional dos Profissionais da Farmácia e Paramédicos e o Sindicato dos Fisioterapeutas Portugueses foram mandatados pelos trabalhadores do SBSI/SAMS Sul e Ilhas para decretar greve, com o objectivo de defender as suas convenções colectivas e a viabilidade e desenvolvimento do SAMS.

Os sindicatos acusam a direcção do SBSI de ter recusado o diálogo com os representantes dos trabalhadores, depois de várias solicitações: «tem vindo a desrespeitar as convenções colectivas que livremente subscreveu» e que agora pretende caducar. Acusam ainda a direcção daquele sindicato de estar empenhada em «encerrar serviços do SAMS, em vez de apostar na sua rentabilização e expansão», dando o exemplo dos serviços clínicos fechados no final de 2016, por alegada falta de utentes e rentabilidade, ao mesmo tempo que fez «elevados investimentos, até 2015, na reestruturação e modernização das instalações dos SAMS». Informam ainda que, em 2015, o responsável da Comissão Executiva dos SAMS apresentou e justificou estatisticamente o crescente aumento da afluência de beneficiários e de utentes e a rentabilização generalizada dos serviços clínicos.

Num panfleto distribuído hoje aos utentes durante a concentração, os trabalhadores em luta afirmam que é «inqualificável esta atitude da actual direcção do SBSI, que demonstrou um perfeito desprezo pelos trabalhadores ao seu serviço, assumindo uma postura de sindicato-patrão, prepotente e hipócrita, com duas faces, dois pesos e duas medidas».

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