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Greve dos enfermeiros teve elevada adesão e há mais acções de luta marcadas

Realizou-se esta sexta-feira a greve dos enfermeiros que, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses teve 80% de adesão. A luta não fica por aqui e para Agosto estão marcadas mais acções de luta, incluindo greves.

«Há Dinheiro, É Possível - Só Não Há Vontade». Enfermeiros concentrados em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, exigiram o fim da «discriminação negativa» de que são alvo. Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) considera «possível e urgente» que o Governo resolva os problemas. 21 de Novembro de 2023 
CréditosMiguel A. Lopes / Agência Lusa

As razões para a greve geral que os enfermeiros levaram a cabo não se prendem com um mero impasse negocial. A razão de fundo é o projecto político que o Governo da AD tem para a Saúde com a destruição do SNS que se materializa, em parte, com a imposição de uma degradação das condições de trabalho dos enfermeiros.

Por esta razão, a greve dos enfermeiros teve forte adesão e José Carlos Martins, presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), considerou que os enfermeiros alertaram a ministra da Saúde de que não aceitam justificações como «a disponibilidade orçamental» para não resolver os problemas.

A greve foi convocada em Julho e as motivações para a forma de luta adoptada eram bem conhecidas, mas até ao momento da mesma o Ministério da Saúde não alterou as limitadas propostas que foram apresentadas às estruturas representativas dos enfermeiros. Na passada quarta-feira o SEP reuniu com o ministério tutelado por Ana Paula Martins e, após o fim do encontro, José Carlos Martins considerou que a proposta apresentada pelo Governo para aumentos dos salários em 52 euros era «inadmissível e intolerável».

A adesão à greve ocorrida ontem confirmou a vontade dos enfermeiros em continuar a lutar já que, de acordo com os dados sindicais, só no turno da manhã registou-se uma adesão de 80%. Os trabalhadores reivindicam a valorização efectiva da grelha salarial; o cumprimento da Lei de Bases da Saúde; o pagamento dos retroactivos desde 2018; compensação do Risco e Penosidade; o pagamento dos milhares de horas em divida; e a admissão de enfermeiros e efectivação de todos os que estão em situação precária.

O caminho até à vitória parece estar distante dada a intransigência do Governo e como tal o SEP anunciou que todo o mês de Agosto será de contestação, estando já decididas 12 acções de luta, incluindo 10 greves a realizarem-se em várias regiões.
 

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