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Greve nacional do SUCH é «das maiores de sempre»

A adesão à greve dos trabalhadores do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) ronda os 80% em hospitais de Coimbra. No Norte, sindicato estima que cerca de 90% dos trabalhadores estão em greve.

Trabalhadores do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) concentraram-se junto à Assembleia da República, em Lisboa, a 14 de dezembro de 2020, para assinalar o primeiro de dois dias de greve para reivindicar melhores salários e compensações pelo esforço no período da pandemia. «Os trabalhadores do SUCH são equiparados aos trabalhadores da saúde para cumprimento de deveres, mas não são equiparados aos trabalhadores da saúde para beneficiar de direitos», afirmam.
CréditosManuel de Almeida / Agência Lusa

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares (CGTP-IN) do Norte revela num comunicado enviado ao AbrilAbril que as cantinas dos hospitais de São João (Porto) e Pedro Hispano (Matosinhos) estão encerradas, estando a ser assegurados apenas os serviços mínimos legais para os doentes acamados e médicos e enfermeiros da urgência que não se podem ausentar do serviço.

«Há também grandes adesões na lavandaria do Hospital Magalhães Lemos, na rouparia e manutenção do Hospital São João e nos resíduos do Hospital Santo António», lê-se na nota. 

«A participação demonstra a indignação dos trabalhadores pela falta de diálogo social e desrespeito pelos seus direitos», disse à Lusa António Baião, coordenador regional do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria (CGTP-IN), durante uma concentração à entrada dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

Realçando que os índices de adesão «são igualmente elevados» nos hospitais públicos de outras cidades do país, António Baião considerou que «esta greve nacional do SUCH está a ser uma das maiores de sempre».

A acção, das 0h às 24h de hoje, envolve os trabalhadores da empresa afectos aos serviços de alimentação, lavandarias, manutenção, resíduos e administrativos, que reclamam aumentos intercalares dos salários e do subsídio de alimentação, ainda em 2023, bem como melhores condições de trabalho, reforço dos quadros de pessoal, redução da jornada diária de trabalho e atribuição do subsídio de risco a todos.

A greve nas dependências do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que inclui os HUC, «tem uma adesão muito perto dos 80% em todos os serviços, sendo assegurados em algumas unidades apenas os serviços mínimos».

«Apenas será servida a alimentação aos doentes e aos profissionais que estejam em tarefas de não se poderem ausentar na hora de almoço do local de trabalho. Os refeitórios estão encerrados nas unidades de alimentação de Coimbra», indicou o dirigente.

Entretanto, na lavandaria dos HUC, «poucos trabalhadores, além dos serviços mínimos, estão a trabalhar, até porque paira a dúvida ali sobre o encerramento da lavandaria e deslocação de tudo» para Arazede, no concelho de Montemor-o-Velho.

Também no Centro Hospitalar Tondela-Viseu, «a adesão é muito forte nos resíduos, lavandaria, alimentação», enquanto nos serviços de manutenção de Leiria e Viseu «os trabalhadores estão apenas a realizar serviços de necessidade imperativa, mantendo-se em serviços mínimos», segundo António Baião.

Concentrados à porta principal dos HUC e do Hospital de São João, os trabalhadores aprovaram uma moção a alertar para o «aumento brutal do custo de vida», em que os bens de primeira necessidade «não param de aumentar», enquanto «as rendas e as prestações bancárias tiveram aumentos brutais».

«O Estado deu um aumento intercalar nos salários dos trabalhadores da Administração Púbica», além de lhes ter concedido «uma actualização do subsídio de refeição», referem.

O SUCH, empresa do sector empresarial do Estado, «paga salários muito baixos» e «recusou reunir-se com os sindicatos para analisar a situação social», de acordo com o documento.

Na opinião do sindicato e dos seus associados, «a melhoria dos salários e o reforço do quadro de pessoal [do SUCH] é fundamental para defender o Serviço Nacional de Saúde».


Com agência Lusa

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