«A adesão é de 92%. Em cem trabalhadores que estavam escalados houve apenas oito que furaram a greve», disse o dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT/CGTP-IN), Victor Narciso, aos cerca de 40 trabalhadores dos CTT que estavam no piquete da Estação de Cabo Ruivo, em Lisboa.
De acordo com o sindicato, os trabalhadores não aceitam a imposição de atribuição de um cartão de refeição do Banco Santander como forma de pagamento do subsídio de alimentação, substituindo, assim, o pagamento no vencimento mensal por transferência bancária, como era feito até agora.
O SNTCT denuncia as ameaças da administração em recorrer ao lay-off, mesmo sabendo que não existia base legal para o aplicar, por causa de um «pretenso terramoto nas receitas». Segundo o sindicato, os CTT pretendem, através desta medida, poupar quase dois milhões de euros em impostos reduzindo o valor das prestações sociais a que os trabalhadores têm direito.
Para além desta medida, que constituiu a «gota de água», a greve engloba também outras reivindicações, como os aumentos salariais e a admissão de mais trabalhadores para diminuir a carga horária.
José Manuel Oliveira, dirigente da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), e Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP-IN, também estiveram presentes no arranque da greve.
«Isto que a administração dos CTT tem vindo a fazer de imposição deste cartão de refeição foi "a mola" que espoletou esta unidade entre os trabalhadores, [porque] veio trazer à luz do dia as consequências da privatização, não só para os seus trabalhadores, mas também para os serviços que esta empresa faz no País», referiu a secretária-geral da CGTP-IN.
Os deputados do PCP, Bruno Dias, e do BE, Isabel Pires, também se juntaram a estes trabalhadores para marcar o início do protesto.
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