Num comunicado a que o AbrilAbril teve acesso, a comissão de trabalhadores (CT) da IP reage às recentes declarações do ministro das Infraestruturas e Habitação no podcast «Sobre Carris» do jornal Público, afirmando que estranha «o abandono da ideia» de reverter a fusão das Estradas de Portugal com a REFER, que o próprio Pedro Nuno Santos chegou a comparar com uma fusão entre «água e azeite».
«A justificação de que "chegou a hora da rodovia financiar a ferrovia" não nos parece coerente», pode ler-se na nota, uma vez que representa, segundo a CT, «uma cedência aos interesses dos que sempre defenderam esta fusão» com a intenção de «entregar a operação e manutenção da IP ao sector privado».
No entanto, a CT lembra que os encargos com as PPP têm vindo a aumentar e as manutenções devidas pelos concessionários a piorar. «Mesmo pensando no melhor dos cenários depois de 2030, com tudo na mão do Estado, será que as receitas serão suficientes para a manutenção da ferrovia? Então e a manutenção da rodovia das autoestradas? Como é que será financiada?», perguntam os trabalhadores no comunicado.
Os trabalhadores do sector ferroviário marcaram uma greve e uma concentração para dia 27, em defesa de aumentos salariais e melhores condições de trabalho. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF/CGTP-IN) emitiu hoje o pré-aviso de greve de 24 horas para 27 de Maio, abrangendo todos os trabalhadores da CP e da IP, e marcou uma concentração para a manhã do mesmo dia, em frente ao Ministério das Infraestruturas, em protesto contra «11 anos sem aumento». Os trabalhadores do sector ferroviário e das infraestruturas ferroviárias e rodoviárias reivindicam aumentos salariais para todos, a redução do horário de trabalho para as 35 horas, o trabalho com direitos, o respeito pela contratação colectiva, a redução da idade de reforma e a melhoria do serviço público prestado. As duas iniciativas de protesto abrangem trabalhadores da CP, da IP- Infraestruturas, da IP-Telecom, da IP-Património e da IP-Engenharia. O SNTSF apelou à mobilização de todos os trabalhadores destas empresas porque «o pré-aviso de greve é para todos, independentemente da sua carreira, categoria ou filiação sindical». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Uma década sem aumentos leva a greve na CP e IP
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A CT lembra, por outro lado, que mesmo que o ministro leve por diante a ideia de reverter as PPP, serão sempre as empresas que detêm as actuais subconcessões que irão laborar num futuro de reversão das parcerias enquanto prestadores de serviços, «a praticar os preços que bem entenderem».
Sem aumentos salariais desde 2009, os trabalhadores criticam ainda o ministro por considerar que a IP é «tremenda em termos de capacidade e de qualidade de trabalho», sem valorizar devidamente quem garante essas condições.
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