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Lidl usa estratégia de meter a maioria dos trabalhadores a part-time para pagar menos

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) denunciou que a maioria dos trabalhadores do Lidl continua em regime de part-time, recebendo valores abaixo do Salário Mínimo Nacional. 

Créditos / Idealista

Segundo o sindicato, a empresa tem condições para pagar melhor e oferecer horários mais regulados, mas opta por manter os baixos rendimentos da maioria dos seus colaboradores. Em Janeiro, o Lidl anunciou aumentos salariais, mas estes aplicam-se apenas aos trabalhadores a tempo inteiro, nomeadamente algumas chefias e um pequeno número de operadores de supermercado e armazém. 

O problema surge precisamente porque a grande maioria dos trabalhadores trabalha em turnos de 28 ou 32 horas semanais, recebendo menos de 870 euros mensais, ou seja são colocados a tempo parcial e desta forma a empresa não precisa de pagar o salário equivalente a um tempo inteiro.

O CESP alerta que a comunicação da empresa sobre os novos salários não reflecte a realidade predominante nos supermercados e armazéns da cadeia. O modelo de trabalho part-time, associado a horários rotativos, fins de semana e feriados, dificulta tanto a estabilidade financeira como a conciliação entre vida profissional e pessoal.

A par disto, o sindicato denuncia ainda o facto dos trabalhadores realizarem funções que não pertencem à sua categoria profissional dos trabalhadores. O CESP afirma que a limpeza geral das lojas e armazéns deveria ser realizada por trabalhadores de limpeza, conforme estipulado no Contrato Coletivo de Trabalho. No entanto, o Lidl tem exigido essa função aos operadores de supermercado e armazém, o que é considerado ilegal.

Os trabalhadores, representados pelo CESP, exigem ainda o aumento salarial de pelo menos 150 euros para todos os funcionários, garantindo diferenciação por nível e antiguidade sem discriminação; a semana de trabalho de 35 horas para todos, sem perda salarial, assegurando horários dignos e compatíveis com a vida familiar; e a contratação de vigilantes e equipas de limpeza durante todo o funcionamento das lojas, garantindo que os operadores de supermercado e armazém não desempenhem funções que não lhes competem.

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