«A saúde tem de ser vista como um negócio», declarou Manuel Agonia, em 2014, durante a inauguração daquele que viria a ser o maior hospital privado em todo o País. Nessa altura, o anterior governo esteve na cerimónia de abertura, felicitando-o e apontando este como um exemplo a seguir.
O investimento total rondou cerca de 100 milhões de euros, prevendo-se ainda que viesse a facturar 44 milhões. Elogios à iniciativa e ao fundador, «o pai da Saúde privada em Portugal», não faltaram na ocasião.
Pouco mais de três anos depois, cerca de 350 trabalhadores do complexo estão sem receber salários há dois meses. Segundo o fundador da unidade privada, em declarações ao Jornal de Negócios, a culpa é do Estado, e ameaça vir a fechar portas em Abril.
Lamentando a falta de apoios adequados e de convenções com o Serviço Nacional de Saúde, por parte dos sucessivos governos desde da abertura, Manuel Agonia garante que o Estado tem uma dívida de mais 500 mil euros à sua empresa, referente a serviços prestados pelo Senhor do Bonfim ao Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde.
«Este investimento foi feito com a expectativa de várias convenções com o Serviço Nacional de Saúde, mas que até agora ficaram "debaixo das mesas"», afirmou na entrevista. Porém, actualmente, o hospital factura apenas três milhões de euros, muito longe da expectiva inicial, estando a acumular prejuízos e «às moscas».
Em comunicado à agência Lusa, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar afirmou que já foi paga uma tranche de quase 75 mil euros e que, nos próximos dias, fará outro de quase 150 mil.
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