Mota-Engil com os seus lucros paga valores próximos do salário mínimo

Trabalhadores da Valorlis marcam greve de 13 a 16 de Agosto para exigir o aumento imediato dos salários. Denunciam que a Mota-Engil teve quase dez milhões de euros vindos das empresas da EGF, à qual pertence a Valorlis.

A maior accionista da EGF é a Mota-Engil
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Os trabalhadores da Valorlis, empresa de tratamento de resíduos sólidos do distrito de Leiria, vão estar em greve ao trabalho extraordinário nos dias 13, 14 e 15 e em greve de 24 horas no dia 16 de Agosto, exigindo aumentos salariais.

Segundo o comunicado do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e afins (STAL), «a política de empobrecimento do governo do PSD/CDS, que atingiu duramente o poder de compra e os direitos dos trabalhadores, foi invocada durante anos pela administração da Valorlis para recusar a negociação de um acordo de empresa e de actualizações salariais».

O sindicato lembra que a Valorlis já não se encontra abrangida pelas normas do Orçamento de Estado que impediram a valorização salarial dos trabalhadores, exigindo assim o aumento imediato dos salários. A Mota-Engil/Suma, que controla a Empresa Geral de Fomento (EGF), à qual pertence a Valorlis, mantém os salários congelados, embora esta já não seja do Estado.

«Ao mesmo tempo que condena os trabalhadores a sobreviverem com valores próximos do salário mínimo, a MotaEngil/SUMA embolsa quase dez milhões de euros das várias empresas da EGF»

Comunicado do STAL

No comunicado, o STAL acusa que «ao mesmo tempo que condena os trabalhadores a sobreviverem com valores próximos do salário mínimo, a MotaEngil/SUMA embolsa quase dez milhões de euros das várias empresas da EGF». Critica igualmente a política de privatizações desenvolvida nos últimos quatro anos pelo governo do PSD e CDS, que «levou à destruição dos serviços públicos essenciais às populações em favorecimento dos grandes grupos económicos, sendo disso exemplo a transferência do sector de tratamento e valorização de resíduos sólidos para o capital privado, como aconteceu na Valorlis, passando a ter como accionista maioritário o grupo SUMA – Mota Engil».

Os trabalhadores da Valorlis exigem que os lucros da empresa sejam reflectidos na melhoria das suas remunerações, com vista à recuperação do poder de compra perdido nos últimos anos.

Assim, nos próximos dias 13, 14 15 e 16 de Agosto os trabalhadores da Valorlis vão estar em protesto pelo aumento imediato dos salários em 50 euros e exigem a negociação e a aplicação do Acordo de Empresa da Amarsul e Valorsul (Grupo EGF).

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