Segundo um comunicado da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), a concentração junto ao Ministério do Trabalho convocada para a próxima sexta-feira também tem o objectivo da entrega de um documento à tutela com a exigência de reposição do limite de idade para exercício da actividade para os 65 anos, «como existia antes da última alteração do Código da Estrada», com a possibilidade de reforma sem penalização.
A estrutura sindical lembra que os trabalhadores sujeitos ao trabalho por turnos e ao trabalho nocturno «estão expostos a um risco 40% maior de desenvolver doenças cardiovasculares» do que os trabalhadores que laboram em regime diurno. São factores de risco para doenças cardiovasculares «a dessincronização dos ritmos cardíacos, as alterações nos horários das refeições, as alterações metabólicas, as alterações comportamentais nocivas à saúde, o stress e o débito de sono».
Após a alteração da lei, a Fectrans e os sindicatos do sector iniciaram um processo de contestação, com exposições ao Governo e aos grupos parlamentares, e dinamizando uma petição pública, que já foi entregue.
O comunicado informa que o grupo parlamentar do PCP decidiu avançar com um projecto de resolução «para repor o limite da actividade aos 65 anos e uma recomendação ao Governo para a aprovação de um regime especial de reforma destes profissionais» e o grupo parlamentar do BE realizou uma pergunta sobre a matéria. O Governo respondeu que «do ponto de vista técnico não existem razões que possam sustentar a criação de um regime de antecipação por motivo da natureza especialmente penosa ou desgastante da actividade profissional exercida pelos motoristas de pesados».
A Fectrans sublinha que existem «todas as razões» para lutar «pela reposição do limite da actividade e reforma aos 65 anos, numa primeira etapa de uma outra discussão, que é a da existência de um regime especial de reforma para os motoristas e outros trabalhadores sujeitos a regimes de trabalho idênticos».
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui