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Na rua dia 30 pelo futuro da Cultura

A manifestação nacional da Cultura pretende alertar para o que várias estruturas consideram ser a falta de respostas do Governo perante «as consequências devastadoras da pandemia» no sector.

CréditosAntónio Cotrim / Agência Lusa

O protesto «Na Rua Pelo Futuro da Cultura», cujos moldes estão ainda a ser definidos, pretende ter âmbito nacional e é promovido por várias estruturas, entre as quais o Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN), a Acção Cooperativista, a Plateia - Associação dos Profissionais das Artes Cénicas, a Associação Portuguesa de Realizadores (APR), o Sindicato dos Trabalhadores de Arqueologia (STARQ/CGTP-IN) e a Rede - Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea.

«É muito importante que o Governo português perceba a força da Cultura, porque não a compreenderam completamente. Continuamos a sentir muitas dificuldades em que compreendam a dimensão destes trabalhadores e de todas as áreas que envolvem», lamentou Rui Galveias, dirigente do CENA-STE, na conferência de imprensa online.

Na convocatória hoje revelada, as estruturas representativas do sector dizem-se indignadas pelo facto de, «já a partir de Janeiro de 2021, os apoios para quem trabalha a recibos verdes sejam ainda menores e tenham um acesso mais condicionado (com condição de recursos) do que os que existiram em 2020».

Entre as exigências apresentadas pelas estruturas culturais está uma «efectiva protecção social» para os trabalhadores da Cultura, «pela perda total ou parcial dos seus rendimentos por causa da pandemia» e que essa protecção «seja acima da linha da pobreza, que não deixe ninguém de fora e que se prolongue até ao levantamento de todas as normas de condicionamento da actividade profissional».

Querem ainda que «as autarquias e instituições culturais paguem os eventos, espectáculos, trabalhos e actividades que são cancelados ou adiados» e que haja «enquadramento legal e fiscalização que permita garantir esses pagamentos».

Para sustentar a ideia de que houve uma «falsa retoma» da actividade cultural em contexto de pandemia, Rui Galveias enumera casos de trabalhadores em «situação verdadeiramente dramática, de esgotamento financeiro, de incapacidade para pagar a renda de casa, para pagar o gás, para manter a casa quente».

«Estamos a falar de uma dimensão humana muito grave. A falsa retoma criou a ideia de que estamos a trabalhar. Muitas destas pessoas estão a trabalhar numa dimensão completamente diferente. ]...] A retoma não é fazer espectáculos em condições limite. A retoma é retomar o trabalho de uma forma normal», disse.

Quanto ao estatuto do profissional da Cultura, o sindicalista disse que «está longe de ser concluído e tem reflexos também nesta manifestação».


Com agência Lusa

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