|direitos dos trabalhadores

Não valorizar os trabalhadores potencia o crescimento da extrema-direita

O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, afirmou ontem, em Lisboa, que o Governo deve aumentar salários e investir nos serviços públicos para promover as condições de vida dos trabalhadores.

CréditosANTÓNIO PEDRO SANTOS / LUSA

«Quanto mais tempo o Governo demorar a responder aos trabalhadores e às suas reivindicações, também ele está a ser colaboracionista e a fomentar o surgimento de fenómenos de extrema-direita», disse Arménio Carlos, que falava no encerramento do XII Congresso da União dos Sindicatos de Lisboa (USL/CGTP-IN).

Durante a sua intervenção, o líder da intersindical afirmou que os sucessivos governos e, em particular, o que está actualmente em funções, tem responsabilidade no surgimento de «pseudo-sindicatos, que pretendem fazer do sindicalismo uma área de negócio».

O dirigente vincou ainda que o patronato «tem medo que os trabalhadores percam o medo» com o apoio dos sindicatos, que, garantiu, vão continuar a defender a valorização dos trabalhadores.


«Aproxima-se o Orçamento do Estado e estamos aqui com um enormíssimo desafio. Primeiro, foi a obsessão com a redução do défice para justificarem que não queriam aumentar salários, fazer investimento público ou promover melhores e mais serviços públicos», afirmou Arménio Carlos. 

Agora, segundo o dirigente, o Governo tem em marcha uma tentativa de «chegar aos primeiros meses do ano» e anunciar que Portugal passou «de um défice orçamental para um excedente». Neste sentido, a intersindical pretende intensificar a sua intervenção e reivindicação. «Se pagámos a factura, é chegado o momento de passarmos o recibo para que os trabalhadores, serviços públicos e o povo português possam melhorar as suas condições de vida e de trabalho», afirmou.

Em declarações à Lusa, após o encontro, Arménio Carlos disse que no congresso se sublinhou que o futuro do País está dependente da centralidade do trabalho, aumento do salário mínimo e respeito pelos horários, a que se associam a estabilidade e segurança no emprego.

«Não há competitividade que se sobreponha ao direito fundamental das crianças estarem com os seus pais», concluiu.

Com agência Lusa

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui