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Negociação alcança grandes aumentos salariais na Verallia Portugal

A empresa do sector vidreiro, que emprega 246 funcionários, assinou o primeiro acordo salarial com a Feviccom/CGTP-IN. Entre outros benefícios, os trabalhadores conquistaram um aumento de 140 euros mensais.

Créditos / CGTP-IN

A partir de 1 de Janeiro de 2023, o salário mais baixo da tabela salarial passará a ser de 1 260 euros. O horário de trabalho nos turnos e na laboração contínua é de 35 horas semanais, «conquistadas na contratação colectiva do sector desde 2002 (há vinte anos)», anuncia, em comunicado, a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom/CGTP-IN), que negociou o acordo.

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Unidade na greve da Vidrala para reabrir negociações

O primeiro turno iniciou a greve, segunda-feira, com a paragem de todas as máquinas. A adesão geral rondou os 90% e houve uma grande mobilização dos trabalhadores no início de todos os turnos.

Créditos / STIV

Os operários vidreiros da empresa Santos Barosa, na Marinha Grande, entraram em greve esta segunda-feira, face à recusa da administração em negociar e à imposição de um aumento salarial de 0,5%.

A adesão à paralisação que termina esta quarta-feira foi, no geral, de 90%, fazendo-se sentir a «coragem» e «determinação» destes trabalhadores, afirmou em declarações ao AbrilAbril Etelvina Rosa, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira (STIV/CGTP-IN).

«A greve foi sentida e decidida pelos trabalhadores, e só assim se conseguiu a coesão e unidade a que temos assistido», sublinhou, acrescentando que este é um sector onde o recurso à greve se reveste de uma grande dificudlade, uma vez que o vidro tem que ser produzido continuamente.

Os trabalhadores esperam, agora, que a administração reabra as negociações, uma vez que já demonstraram que não desmobilizarão e continuarão a reivindicar os seus direitos.

«Os trabalhadores têm um grande leque de reivindicações, mas para serem negociadas, pelo que não aceitam o encerramento de discussão antes de haver qualquer acordou», referiu a dirigente sindical.

A administração justifica a recusa em negociar com a «incerteza do futuro» devido ao contexto pandémico, mas os trabalhadores reafirmam que a empresa não teve impactos «drásticos», nunca colocou trabalhadores em lay-off e sempre vendeu.

A empresa com 504 trabalhadores, que pertencia à família Santos Barosa até final de 2017, foi integrada no grupo ibérico Vidrala em 2018.

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Para além de se manterem todos os benefícios e direitos do Acordo de Empresa em vigor, os 246 trabalhadores vão ter «um aumento salarial de 140 euros por mês, a actualização do subsídio de refeição, a atribuição de uma bolsa anual de 500 euros para os filhos que frequentem o ensino superior, para além de outros subsídios e prémios».

Ainda há um longo caminho a percorrer. Embora estes aumentos seja significativos, estão aquém de tudo o que estes trabalhadores investiram na Verallia, contribuíndo decisivamente para vendas e prestação de serviços de cerca de 110 milhões de euros, com um resultado líquido superior a 18 milhões de euros, em 2021.

Estes lucros só irão aumentar com a concretização das obras do forno II na fábrica da Figueira da Foz e a instalação de painéis solares.

«O aumento dos rendimentos dos trabalhadores é imperioso, possível e determinante para assegurar maior crescimento económico, promover uma mais justa repartição da riqueza, aumentar a produtividade e incentivar a motivação laboral», relembra a estrutura sindical.

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