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Petrogal: «Administração empurra centenas de trabalhadores para a rua»

A Comissão de Trabalhadores da Petrogal denuncia estar em curso um processo de esvaziamento de pessoal, de forma a aumentar dividendos, que, «caso não seja revertido, levará a prazo à sua destruição».

Trabalhadores da Petrogal têm realizado várias acções de protesto reivindicando os seus direitos
Créditos / Agência LUSA

Num comunicado de imprensa divulgado hoje, a Comissão de Trabalhadores (CT) da Petrogal afirma estar em curso «um processo acelerado de destruição da empresa», impulsionado pela aposta da administração na saída contínua de trabalhadores em diversas modalidades.

Baseando-se nos dados do relatório único até 2015, a CT salienta que a admissão de trabalhadores está muito longe de compensar as saídas e que, entre esse ano e 2017, «não foi contratado nenhum trabalhador com vínculo permanente (...), nem sequer para substituir» os que se reformaram.

Em termos concretos, a CT aponta que saíram 88 por reforma por velhice e 83 na condição de pré-reforma, com suspensão do trabalho. No total, saíram 260 trabalhadores, tendo apenas entrado 31, todos de carácter temporário, justificadas com a sazonalidade ou irregularidades na produção.

Porém, «o objecto social da empresa não foi alterado nem a sua actividade reduzida, pelo contrário», denuncia a CT, tendo até havido expansão das refinarias e «a administração beneficiado de um crédito fiscal com o pressuposto do aumento de postos de trabalho, o que nunca aconteceu».

Para a CT, a conclusão é óbvia – «a administração procedeu à substituição de trabalhadores em funções efectivas» –, muitos empurrados para fora através de «chantagem vergonhosa» e recorrendo à mentira, sendo depois substitúidos por trabalhadores subcontratados a terceiros, «com falsas prestações de serviços, sendo que em alguns casos foram secções e departamentos inteiros».

Segundo os representantes dos trabalhadores, a «única razão para que tal aconteça é o rolo compressor da redução de custos e aumento dos dividendos», com o intuito de gerar cada vez maior valor para os accionistas, à custa dos trabalhadores, que vêem os seus direitos em causa e a vida sobrecarregada.

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