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Sindicatos da CGTP-IN solidários com a luta nas refinarias em França

A batalha por melhores salários nas refinarias da TotalEnergies e Esso-ExxonMobil dura há quase um mês, alargando-se, agora, a outras áreas do sector energético, como é o caso da energia nuclear.

Protesto de trabalhadores da CGT, no exterior da refinaria da TotalEnergies em La Mede, França 
CréditosEric Gaillard

As empresas aceitaram um aumento salarial na ordem dos 7% e alguns sindicatos aprontaram-se a assinar o acordo, mas a Fédération Nationale des Mines et de l'Énergie CGT (FNME/CGT) não abdica da reivindicação dos 10%. O Governo francês intercedeu recentemente, exercendo a requisição forçada para obrigar parte dos grevistas a retomar a produção, uma medida que põe em causa o direito à greve.

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Contra a perda de poder de compra, mantém-se a greve nas refinarias em França

A CGT anunciou, esta terça-feira, que os trabalhadores decidiram continuar em greve na TotalEnergies, bem como ExxonMobil. Face aos enormes lucros do sector, exigem aumentos salariais.

Trabalhadores em greve na refinaria da Exxon em Gonfreville-l'Orcher (Normandie), a 7 de Outubro de 2022 
CréditosAlbert Facelly / Libération

Sob pressão do executivo francês, preocupado com a situação de desabastecimento em quase um terço das bombas de gasolina do país, a empresa TotalEnergies propôs, no domingo, adiantar para Outubro as negociações anuais sobre salários.

Desta forma, respondeu também à vontade de negociação manifestada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), com a condição de que os bloqueios terminassem nas refinarias e depósitos de combustível, informa o Libération.

No entanto, após as negociações, CGT e Force Ouvrière (FO) declararam que a greve ia continuar nas refinarias do grupo. Eric Sellini, coordenador da CGT na TotalEnergies, disse esta manhã à AFP que «os trabalhadores votaram por larga maioria a favor da continuidade da greve» e que «estavam à espera de detalhes em matéria de negociações da parte da direcção».

Outros sindicatos chegaram a um acordo em matéria salarial, mas o delegado sindical da CGT Christophe Aubert explicou à AFP que «o acordo não corresponde às reivindicações dos trabalhadores em greve, que exigem poder de compra».

Num contexto de inflação galopante, a que não são alheias a situação de guerra na Ucrânia e as sanções à Rússia, e dos «lucros monstruosos» que os grupos petrolíferos e o sector da energia têm estado a realizar, os sindicatos reivindicam a valorização dos salários em 10%, mantendo-se em greve há quase duas semanas.

Governo francês ameaça com requisições

Com cerca de 30% das bombas de gasolina afectadas e longas filas de carros para abastecer, o governo francês pediu aos trabalhadores que levantassem os bloqueios nos depósitos de combustíveis e, segundo refere a RTL, ameaçou «intervir».

Clément Beaune, ministro dos Transportes, afirmou que não vai deixar o bloqueio «perdurar» e que o executivo pode tomar «medidas suplementares» – uma das quais é a requisição de trabalhadores nas refinarias, segundo foi divulgado após uma reunião de emergência, ontem à noite.

O executivo da primeira-ministra Élisabeth Borne diz que «não pode deixar o país ser bloqueado». O presidente francês, Emmanuel Macron, apela à «responsabilidade» dos sindicatos.

Estes, nomeadamente a CGT, disseram ter noção do impacto negativo da greve, mas sublinhando que a responsabilidade é da TotalEnergies e da ExxonMobil, da sua «imobilidade» e das múltiplas promessas não cumpridas, adiando reiteradamente o início de negociações.

A CGT deixou claro que o que está em causa são «verdadeiros aumentos», que impeçam os trabalhadores do sector de perder poder de compra, lembrando ainda que as empresas em causa distribuíram milhares de milhões de euros em dividendos aos accionistas.

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As acções criminosas do Governo de Macron e a cedência dos sindicatos menos representativos não quebrou a acção laboral: na segunda-feira, um representante do FNME/CGT dizia à Reuters que as greves estavam a paralisar os trabalhos em dez centrais nucleares francesas, com mais atrasos na manutenção em 13 reactores, reduzindo a produção de energia num total de 2,2 gigawatts.

Em votação realizada esta semana, os trabalhadores decidiram continuar a greve.

Na terça-feira, a primeira-ministra francesa, Elizabeth Borne, assumiu que pelo menos 25% das bombas de gasolina em França tinham sérios problemas de abastecimento. 

Os dois grupos económicos em causa, do sector petrolífero, a TotalEnergies e Esso-ExxonMobil, apresentarem lucros recorde na ordem dos 10,5 mil milhões de dólares, só no primeiro semestre deste ano. Muito embora não mostrem qualquer pudor em lucrar à boleia do aumentos dos preços e da especulação, as empresas recusam-se a aplicar aumentos salariais que acompanhem os valores da inflação.

Sindicatos portugueses estão solidários com a luta travada pelos trabalhadores franceses

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Sindicatos franceses apelam à mobilização de todos no dia 18

No contexto da greve nas refinarias – que continua –, os sindicatos apelam à mobilização dos trabalhadores de todos os sectores de actividade, em defesa de aumentos salariais e do direito à greve.

Trabalhadores em greve na refinaria da TotalEnergies de La Mède (Bouches-du-Rhône), no dia 11 de Outubro de 2022 
CréditosPatrick Gherdoussi / Libération

Os representantes da Confederação Geral do Trabalho (CGT) abandonaram, esta madrugada, a mesa de negociações com a petrolífera TotalEnergies, por considerarem que as propostas avançadas pela multinacional ficam longe das reivindicações dos trabalhadores.

Decidiram, assim, manter a greve iniciada há mais de duas semanas nas refinarias e depósitos da multinacional, em defesa da valorização dos salários e contra a perda de poder de compra, tendo em conta a inflação galopante e os «lucros monstruosos» que os grupos petrolíferos e o sector da energia têm estado a realizar.

No que respeita à outra empresa petrolífera onde os trabalhadores têm estado em greve, a filial francesa da norte-americana Esso-ExxonMobil, a imprensa aponta para o «regresso à normalidade», mas num contexto em que em o governo francês impôs a requisição de trabalhadores (são obrigados a ir trabalhar para evitar sanções penais).

Na terça-feira, quando foi imposta a requisição, a CGT denunciou de imediato a «resposta» à busca de negociações e declarou o apoio total aos trabalhadores em greve.

Neste contexto, CGT, Force Ouvirière, Solidaires e Federação Sindical Unitária (FSU) emitiram ontem um comunicado de apelo à mobilização de todos os trabalhadores, nos sectores público e privado, para dia 18 de Outubro – ao qual já aderiram sindicatos dos sectores ferroviário, do ensino e dos transportes.

«A mobilização está a alcançar cada vez mais camadas»

«Enquanto obtêm grandes lucros, as empresas da indústria petrolífera, em particular a Total e a Exxon, recusam-se a aceder às reivindicações dos trabalhadores que se mobilizam de forma massiva pela abertura imediata de negociações sérias», lê-se no comunicado emitido pelas organizações sindicais.

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Contra a perda de poder de compra, mantém-se a greve nas refinarias em França

A CGT anunciou, esta terça-feira, que os trabalhadores decidiram continuar em greve na TotalEnergies, bem como ExxonMobil. Face aos enormes lucros do sector, exigem aumentos salariais.

Trabalhadores em greve na refinaria da Exxon em Gonfreville-l'Orcher (Normandie), a 7 de Outubro de 2022 
CréditosAlbert Facelly / Libération

Sob pressão do executivo francês, preocupado com a situação de desabastecimento em quase um terço das bombas de gasolina do país, a empresa TotalEnergies propôs, no domingo, adiantar para Outubro as negociações anuais sobre salários.

Desta forma, respondeu também à vontade de negociação manifestada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), com a condição de que os bloqueios terminassem nas refinarias e depósitos de combustível, informa o Libération.

No entanto, após as negociações, CGT e Force Ouvrière (FO) declararam que a greve ia continuar nas refinarias do grupo. Eric Sellini, coordenador da CGT na TotalEnergies, disse esta manhã à AFP que «os trabalhadores votaram por larga maioria a favor da continuidade da greve» e que «estavam à espera de detalhes em matéria de negociações da parte da direcção».

Outros sindicatos chegaram a um acordo em matéria salarial, mas o delegado sindical da CGT Christophe Aubert explicou à AFP que «o acordo não corresponde às reivindicações dos trabalhadores em greve, que exigem poder de compra».

Num contexto de inflação galopante, a que não são alheias a situação de guerra na Ucrânia e as sanções à Rússia, e dos «lucros monstruosos» que os grupos petrolíferos e o sector da energia têm estado a realizar, os sindicatos reivindicam a valorização dos salários em 10%, mantendo-se em greve há quase duas semanas.

Governo francês ameaça com requisições

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O executivo da primeira-ministra Élisabeth Borne diz que «não pode deixar o país ser bloqueado». O presidente francês, Emmanuel Macron, apela à «responsabilidade» dos sindicatos.

Estes, nomeadamente a CGT, disseram ter noção do impacto negativo da greve, mas sublinhando que a responsabilidade é da TotalEnergies e da ExxonMobil, da sua «imobilidade» e das múltiplas promessas não cumpridas, adiando reiteradamente o início de negociações.

A CGT deixou claro que o que está em causa são «verdadeiros aumentos», que impeçam os trabalhadores do sector de perder poder de compra, lembrando ainda que as empresas em causa distribuíram milhares de milhões de euros em dividendos aos accionistas.

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Sublinham que os trabalhadores reclamam a «recuperação da inflação», bem como «uma melhor repartição da riqueza criada» por eles, quando «as empresas pagaram milhares de milhões de euros em dividendos aos accionistas».

As estruturas sindicais deixam clara a rejeição da decisão do governo francês de avançar com as requisições de trabalhadores em greve. «Este procedimento, já condenado pela OIT [Organização Internacional do Trabalho], constitui um ataque inaceitável ao direito constitucional à greve e às liberdades fundamentais», denunciam.

Afirmam, além disso, que «a mobilização está a alcançar cada vez mais camadas, tanto no sector privado como no público», acrescentando que, com a acção das suas organizações sindicais, os trabalhadores estão a conseguir a abertura de novas negociações e avanços salariais significativos.

Neste sentido, fazem um apelo à mobilização de todos – também de jovens, desempregados e reformados – nas mobilizações de dia 18.

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É justa a luta dos trabalhadores franceses, não fosse ela uma extensão da luta que milhões de trabalhadores europeus travam todos os dias «por aumentos salariais que compensem o brutal aumento da inflação e por uma equitativa distribuição da riqueza criada por quem trabalha», refere, em comunicado, Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN).

Tal como outros governos europeus, e o Governo de maioria absoluta do PS, em Portugal, «o Governo francês está ao lado do patronato, limitando-se a distribuir pontualmente pequenas migalhas aos mais pobres e não tomando medidas de fundo para repor o poder de compra dos trabalhadores».

À semelhança com Portugal, as «40 maiores empresas francesas viram os seus lucros aumentarem em 24% só no primeiro semestre deste ano». Aumentaram os preços para o consumidor, recusaram-se a pagar aos fornecedores e aos trabalhadores, embolsaram os lucros.

«A Fiequimetal está solidária com a luta dos trabalhadores das refinarias de petróleo dos grupos TotalEnergies e Esso-ExxonMobil pelo aumento dos salários».

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