A luta dos trabalhadores das empresas do Grupo Águas de Portugal (AdP) promete intensificar-se ao longo de 2025. Desde que assumiu funções em Abril de 2024, a actual administração da Águas de Portugal tem sido acusada de adoptar uma postura de estagnação, marcada pela falta de diálogo com os representantes dos trabalhadores.
Em causa está o cancelamento de duas reuniões com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL/CGTP-IN) e a Federação Intersindical Das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN).
Segundo um comunicado desta última estrutura sindical, as promessas feitas anteriormente em reuniões não têm sido cumpridas, refletindo uma repetição de práticas associadas ao período de austeridade vivido durante a troika, que prejudicou a valorização dos trabalhadores por anos.
Tanto a federação e como o sindicato destacam que a administração tem recorrido a uma estratégia de adiamento e cancelamento de compromissos. Exemplo disso foram as reuniões marcadas para 17 de Dezembro de 2024 e 8 de Janeiro de 2025, ambas canceladas sem justificações convincentes, indicam,
«Propor calendários para depois cancelar tornou-se prática comum. Enquanto isso, os trabalhadores permanecem sem aumentos salariais, sem revisão do ACT e sem propostas concretas», afirma a Fiequimetal.
No passado ano a insatisfação dos trabalhadores culminou numa acção de luta realizada a 21 de Novembro, momento que forçou a administração a dar alguma resposta. No entanto, segundo os sindicatos, tal só serviu «para tapar o sol com a peneira e manter os trabalhadores em silêncio».
Com o actual cenário, a Fiequimetal e o STAL alertam que as negociações podem se arrastar até 2026 sem avanços significativos. «É preciso que a administração demonstre real compromisso com a valorização dos trabalhadores, que há anos esperam pela devolução de direitos perdidos», conclui o comunicado assinado pela federação.
Na medida em que até ao momento, não há aumentos salariais, nem revisão do Acordo Colectivo de Trabalho, nem propostas para negociação, apenas «muito paleio», as estruturas sindicais prometem a intensificação da luta em 2025.
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