«Há anos que a Sumol Compal discrimina os trabalhadores», denuncia Rui Matias, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab/CGTP-IN).
Da afirmação percebe-se o quotidiano de luta dos trabalhadores desta empresa. Num comunicado enviado ontem às redacções, o Sintab considerava «ofensivo para os trabalhadores e suas famílias que um grupo que gera milhões de euros por ano pague o salário mínimo nacional (SMN) aos seus trabalhadores».
Mesmo assim, e apesar de se tratar de um valor baixo para quem tem encargos a assegurar ao longo do mês, a Sumol Compal veio a praticar salários inferiores aos 557 euros do SMN. De acordo com os documentos, o vencimento base em Fevereiro era de 545 euros, tendo sido actualizado em Abril para 551,64 euros, com efeito a partir de Janeiro.
No seguimento da pressão exercida pelo sindicato e da luta dos trabalhadores, a empresa reuniu informalmente com o pessoal para informar sobre a decisão de repor o pagamento do SMN na empresa. A situação já foi regularizada no recibo referente ao mês de Setembro, com retroactivos desde Janeiro. Mas os trabalhadores exigem mais. «Defendemos que a Sumol Compal deve pagar acima do SMN», realça Rui Matias.
A proposta dos trabalhadores para 2017 era de 40 euros acima do SMN, mas a empresa, diz o dirigente, «ainda nem sequer se dignou a conversar connosco. Por isso é que nós tivemos que nos deslocar para o Ministério do Trabalho de modo a fazermos aí a negociação».
Hoje a empresa faltou ao encontro com o argumento de que não queria negociar sobre pressão, uma vez que os trabalhadores estavam na rua a manifestar-se. Rui Matias defende que a administração «teve medo» do encontro com os trabalhadores. Entretanto, está nova reunião agendada com a empresa, também no Ministério do Trabalho, no dia 14 de Novembro, às 14h.
Não há equidade nos salários
O dirigente sindical denuncia que «há muita coisa que está errada» no grupo Sumol Compal. A falta de equidade salarial é um dos motivos que preocupam os trabalhadores.
Rui Matias explica que, por exemplo, um trabalhador na fábrica da Póvoa de Varzim pode ter um salário diferente de outro que cumpra a mesma função em Leiria, Pombal ou Almeirim. «Isto não pode acontecer, não é aceitável e os trabalhadores estão fartos», ressalva.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui