Em três empresas diferentes o denominador comum foi a acção organizada dos trabalhadores, mas não só. As conquistas alcançadas estão também presentes em todos as empresas, o que reforça a importância da acção sindical. Para quem acha que a luta de classes é um conceito do passado, estes trabalhadores intervieram no palco onde ela se faz sentir e por via da luta fizeram valer as suas reivindicações.
21 trabalhadores integrados na Silopor
Após uma greve realizada no final de Janeiro, os trabalhadores da Silopor, empresa responsável pela movimentação e armazenamento de cereais e outros produtos a granel, alcançaram uma importante vitória. A paralisação, acompanhada de uma concentração à porta da empresa, foi motivada pela exigência de integração de trabalhadores no quadro permanente da empresa.
Esta semana foi confirmado que 21 trabalhadores serão integrados oficialmente nos quadros da Silopor, garantindo assim maior estabilidade e segurança no seu vínculo laboral e nas suas vidas. Esta conquista é vista como um marco positivo no esforço colectivo dos trabalhadores, que viram que lutar vale a pena.
A notícia é dada pela União de Sindicatos de Setúbal da CGTP-IN e pode significar que estão consolidadas bases para continuar a acção reivindicativa na Silopor.
Trabalhadoras despedidas pela Hanon foram readmitidas
O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, condenou a Hanon a reintegrar duas trabalhadoras que haviam sido despedidas, num processo que foi facilitado pelo seu vínculo precário. De acordo com o Sindicato Das Indústrias Eléctricas Do Sul E Ilhas (SIESI/CGTP-IN), a reintegração justifica-se com o facto das trabalhadoras ocuparem postos de trabalho permanentes, sendo as respectivas funções absolutamente necessárias ao funcionamento normal e regular da empresa e responderem directamente às orientações dadas pela Hanon há vários anos.
O SIESI reafirma que «mais uma vez fica demonstrada a eficácia da luta dos trabalhadores quando, em conjunto com o seu sindicato, confrontam e combatem o flagelo social da precariedade no trabalho.
Para a estrutura sindical, o caso destas duas trabalhadoras da Hanon pode servir de exemplo para muitos outros trabalhadores que se encontram confrontados com o mesmo problema, o trabalho precário, já que é valorizado a resistência à troca do seu posto de trabalho pelo pagamento de uma indemnização. As trabalhadoras não quiseram uma indemnização, quiseram antes o posto de trabalho que era seu por direito.
Na Sumol+Compal os trabalhadores recuperaram pagamento do trabalho suplementar e conquistaram o fim do trabalho ao sábado
Os trabalhadores da Sumol+Compal em Pombal receberam esta semana a notícia de uma importante vitória: a recuperação do pagamento relativo a trabalho suplementar realizado entre 18 de Abril de 2018 e 17 de Abril de 2023. A decisão veio após a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que obrigou o patronato a regularizar os pagamentos em dívida.
A vitória é resultado directo da luta e dos trabalhadores, apoiados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB/CGTP-IN) que desde o início do processo em causa contestou a organização dos turnos praticada pela empresa, afirmando que não respeitava os horários definidos no Contrato Coletivo de Trabalho. Com a correção, os trabalhadores têm agora direito às remunerações de trabalho suplementar que lhes eram devidas.
Além da compensação financeira, os trabalhadores da Sumol+Compal obtiveram outra conquista importante: a alteração do seu horário de trabalho. A partir de agora, deixarão de trabalhar aos sábados, uma reivindicação há muito defendida pelo sindicato. Esta mudança melhora significativamente as condições laborais e o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
O SINTAB celebrou esta dupla vitória num comunicado, saudando os trabalhadores por mais uma luta bem-sucedida. O sindicato reforçou ainda a importância dos trabalhadores estarem sindicalizados esta vitória em Pombal é vista como um marco no combate à precarização e à sobrecarga de trabalho, demonstrando o poder da acção coletiva na conquista de direitos.
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