Num plenário de dirigentes e delegados sindicais, juntamente com membros da comissão e sub-comissões de trabalhadores da EMEF, foi decidida uma semana de protestos de 19 a 23 do próximo mês, onde serão destacadas várias reivindicações.
Uma das razões apontadas pelos representantes dos trabalhadores é o desmembramento da empresa. A cisão da EMEF em duas entidades, uma a trabalhar em exclusividade para a CP e outra para os restantes clientes, está em cima da mesa.
Para os trabalhadores, a intenção é abrir caminho à privatização das duas entidades que resultem da cisão. No caso da nova empresa dirigida aos outros clientes, que não à CP (como a Metro do Porto, a Medway – ex-CP Carga – ou a Fertagus), a privatização poderia ser «imediata»; já a entidade que iria trabalhar em exclusivo para a transportadora ferroviária pública teria garantido o visto aos contratos chumbados (de acordo com o Código de Contratação Pública) e, de seguida, poderia ser privatizada com um encaixe garantido de mais de 350 milhões de euros a curto e médio prazo.
Uma das reivindicações é o retorno da EMEF à CP, de forma a torná-la novamente uma unidade desta empresa, «dotada de meios técnicos, humanos e financeiros para garantir uma intervenção na reparação e conservação do material circulante com elevados padrões de segurança e qualidade», não inviabilizando a prestação de serviços a terceiros, informa um comunicado lançado pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF/CGTP-IN) e pela Comissão de Trabalhadores da EMEF.
A convocação dos protestos dá-se ainda pela exigência do fim da precariedade nos vínculos laborais, sendo denunciado que existem trabalhadores «que vestem a farda da EMEF, intervêm na reparação de material circulante como os restantes trabalhadores da empresa, cumprem o mesmo horário de trabalho, utilizam os equipamentos e ferramentas da EMEF, recebem orientações da hierarquia da empresa», mas apenas o vínculo laboral não é com a EMEF.
Os ferroviários exigem ainda o aumento dos salários, uma vez que continuam a receber o mesmo que em 2009, o que significa «uma desvalorização real superior a 7%», assim como a revisão do acordo de empresa e do regulamento de carreiras, de forma «a dar resposta a novas realidades» e «abrir novas perspectivas de evolução dos trabalhadores ao longo da sua vida profissional».
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