Os trabalhadores da Servirail (do grupo internacional Newrest), empresa concessionária que explora os comboios internacionais que fazem os percursos Lisboa-Madrid e Lisboa-Hendaye (Lusitânia e Sud-Express) estão com os contratos de trabalho suspensos e em risco.
O alerta do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul (CGTP-IN) prende-se, em primeiro lugar, com a decisão tomada pela Servirail e pela CP, que suspendeu os comboios internacionais desde 17 de Março.
A decisão destas empresas «põe em risco os postos de trabalho de cerca de 20 trabalhadores que prestam o serviço de refeições, bar e alojamento, muitos há mais de 20 anos, e viram os seus rendimentos reduzidos drasticamente», critica o sindicato num comunicado.
Realça que estes trabalhadores estão em lay-off e com os seus contratos suspensos até ao final de 2020 na sequência da decisão da CP, que mantém a recusa de reabrir os serviços e o transporte ferroviário entre fronteiras, prejudicando população e empresas.
Uma vez que, à excepção da fronteira ferroviária entre Portugal e Espanha, todas estão abertas no espaço da União Europeia para os transportes rodoviários e ferroviários, o sindicato condena o que diz ser uma «opção política».
Entretanto, a CP rescindiu unilateralmente o contrato de concessão com a Servirail, a partir de 1 de Janeiro de 2021. O sindicato admite que esta denúncia do contrato, «sem que haja um novo concurso público para o mesmo serviço» e na véspera da cimeira deste sábado, em que um dos temas será o reforço do transporte ferroviário, é uma ameaça para os postos de trabalho afectos a este serviço, tendo a Servirail admitido já a possibilidade de iniciar um processo de despedimento colectivo.
Este cenário levou trabalhadores e sindicato a agendarem uma concentração junto ao Centro de Estudos Ibéricos, na Guarda, onde se realiza a 31.ª Cimeira Luso-Espanhola. Prevista está também a entrega de um documento ao Governo a exigir a reabertura de todos os serviços actualmente encerrados nos comboios Lusitânia e Sud-Express comboio hotel, e, consequentemente, o levantamento da suspensão dos contratos de trabalho e o regresso destes trabalhadores aos respectivos postos de trabalho.
Entre outros aspectos, reivindica-se a reposição das escalas dos horários dos trabalhadores, respeitando o princípio da conciliação da actividade profissional com a vida familiar, tal como melhores condições nas instalações destinadas ao armazém e ao repouso dos trabalhadores nas estações, e horários e salário pagos a 100%.
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