O episódio começou com a entrega dos mapas com os horários do mês de Dezembro, em que eram atribuídas dez horas de trabalho diárias a alguns trabalhadores, apesar de o horário normal de trabalho estar fixado nas oito horas.
Os trabalhadores recusaram a intenção da empresa, que, em retaliação, cortou duas horas por dia aos seus salários de Janeiro, uma situação que o Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) denuncia.
«A multinacional Auchan [dona da cadeia de hipermercados Jumbo] ou recebe trabalho de borla ou fica com parte do salário dos trabalhadores que recusam o abuso», refere o comunicado da estrutural sindical aos trabalhadores da unidade comercial de Almada.
A Auchan pagou os salários de Janeiro a estes trabalhadores como se tivessem trabalhado apenas seis horas diárias e 30 semanais, «forçando os trabalhadores a ficar horas em casa para compensar as horas a mais que, sabiam, não tinham sido feitas em Dezembro», refere o CESP.
Apesar do pré-aviso de greve emitido pelo CESP para precaver a situação destes trabalhadores face à pressão patronal, todos cumpriram um horário normal, de oito horas diárias e 40 semanais, refere o sindicato.
O grupo Auchan, que detém 33 hipermercados em Portugal, registou um resultado de exploração (antes de impactos financeiros e impostos) de 228 milhões de euros, no primeiro semestre de 2016. De acordo com as últimas informações financeiras disponíveis, a sua rede de hipermercados no nosso país está avaliada em 178 milhões de euros.
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