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Transtejo: «esmagadora» adesão à greve imobiliza a frota

A primeira semana de greves parciais na Transtejo provou «que a empresa não funciona sem trabalhadores». Acção de luta prolonga-se até ao próximo dia 19 de Agosto.

Os trabalhadores da Transtejo continuam à espera da publicação da revisão do acordo de empresa
CréditosOsvaldo Gago / CC-BY-SA 3.0

Os trabalhadores já demonstraram, nos últimos dias, que a sua união e determinação não é de somenos. Todos os dias, a administração da Transtejo publica avisos de supressão de carreiras «por motivo de constrangimentos técnicos na frota».

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Greve na Transtejo e na Soflusa a partir desta segunda-feira

Os trabalhadores exigem aumentos salariais e medidas que combatam a degradação do serviço público, devido à falta de pessoal e ao envelhecimento da frota que faz a ligação entre Lisboa e a Margem Sul.

A supressão de carreiras por falta de navios tem sido o quotidiano destas empresas
CréditosJosé Sena Goulão / Agência Lusa

Amanhã, os trabalhadores da Transtejo iniciam um ciclo de greves, de três horas por turno de serviço, que durará até à próxima sexta-feira, revela um comunicado da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN). 

Já os trabalhadores da Soflusa iniciam na terça-feira um ciclo de quatro dias de greve, com paralisação durante todo o período de trabalho. Estas greves tinham sido anunciadas em Junho, após plenários dos trabalhadores da Transtejo e da Soflusa, mas ainda sem data definida.

Assim, vão registar-se interrupções na carreira fluvial do Barreiro para o Terreiro do Paço (Lisboa) entre amanhã e 23 de julho, sendo o último barco às 22h25 e o primeiro às 00h05 do dia seguinte. O mesmo se verifica na carreira fluvial do Terreiro do Paço para o Barreiro, sendo o último barco às 22h50 e o primeiro às 00h30 do dia seguinte.

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Há trabalhadores da Transtejo com horários de 16 horas diárias

Segundo a Fectrans, os trabalhadores exigem o aumento dos salários e medidas que combatam a degradação do serviço público, devido à falta de trabalhadores e ao envelhecimento da frota. 

Actualmente, adianta a estrutura sindical, a Transtejo já tem navios novos (do concurso de navios eléctricos), mas por falta de baterias os mesmos estão imobilizados. Por outro lado, devido à falta de trabalhadores «há recurso a imensas horas extraordinárias, havendo trabalhadores com horários de 16 horas por dia».

«São os trabalhadores que, com o seu empenho, procuram garantir um serviço público de qualidade, com a falta de meios que existe, mas têm como contrapartida, pelo reconhecimento do seu esforço, uma proposta de actualização salarial de 0,9%», denuncia a estrutura sindical.

A Transtejo e a Soflusa têm a mesma administração e ambas asseguram as ligações fluviais entre Lisboa e a a Margem Sul do Tejo.

A Transtejo é responsável pela ligação do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, a Lisboa, enquanto a Soflusa faz a travessia entre o Barreiro, também no distrito de Setúbal, e o Terreiro do Paço, em Lisboa.


Com agência Lusa

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Em patronês, o que isso significa é que os trabalhadores estão em luta pelos direitos que a empresa lhes recusa. As tecnicidades que levaram dezenas de trabalhadores a aderir a um período de duas semanas de greves parciais não são novas: baixos salários e falta de trabalhadores.

Seria de esperar, da parte dos responsáveis da empresa, e «depois de várias lutas já realizadas por estes trabalhadores, uma abertura para a negociação que conduzisse a respostas às reivindicações dos trabalhadores e normalizasse o funcionamento da empresa», refere, em comunicado, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN).

Os problemas nesta empresa pública (o mesmo se aplica às restantes), são resultado de uma opção política que, entre fazer os investimentos necessários na valorização dos trabalhadores e dar resposta às exigências dos grupos económicos/financeiros, opta sempre por escolher o capital financeiro, «à custa dos trabalhadores e do serviço público».

Os trabalhadores exigem a valorização dos seus salários, já que estão, neste momento, a sofrer com a perda do poder de compra devido ao brutal aumento do custo de vida, e a aplicação de medidas concretas que melhorem os meios operacionais: «quer através do recrutamento de trabalhadores, quer com o investimento em equipamentos que permitam colocar a navegar os diversos navios imobilizados e que os novos entrem ao serviço o mais rapidamente» possível. 

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