Ao 38.º dia de greves e protestos, o governo francês diz estar «disponível para retirar» da reforma do sistema de pensões a medida que «incentiva» os franceses a trabalharem até aos 64 anos, penalizando os que se aposentam aos 62 – actual idade legal de reforma.
Para a central sindical CGT [Confederação Geral do Trabalho], «nada mudou» com a mensagem do primeiro-ministro aos sindicatos. «A suspensão temporária da «idade-pivô» fica dependente de um acordo impossível», explicou Catherine Perret aos microfones da Europe 1. «O primeiro-ministro coloca duas condições na sua carta: que as pensões não baixem e que os descontos não aumentem», recorda a sindicalista, concluindo que «toda a gente sabe que só sobra um parâmetro para equilibrar o sistema: o aumento da idade da reforma».
«O objectivo desta reforma devia ser melhorar os direitos das pessoas», mas Catherine Perret reforça que o que se pretende realmente é «fazer poupanças».
O Chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, já havia afirmado o objectivo de aplicar um novo sistema de aposentação e colocar um fim ao que chama de «regimes especiais», do qual os ferroviários e os funcionários dos transportes públicos são os mais beneficiados. É a estratégia de uniformizar direitos, nivelando por baixo e apregoando maior igualdade.
O governo francês continua a tentar enfraquecer o movimento grevista que se prepara para entrar no 40.º dia de mobilizações. A proposta serviu para agradar à Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), a central sindical que fez da «idade-pivô» um cavalo de batalha e que fala agora de um verdadeiro avanço.
À greve dos ferroviários vai juntar-se esta segunda-feira a do Banco de França, que pode causar problemas no abastecimento das caixas multibanco francesas. Na quarta-feira, vários sindicatos da Função Pública apelam a uma concentração em Paris e no dia seguinte o movimento sindical promete regressar à rua para mais manifestações.
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