«A guerra começa aqui. Vamos bloquear o porto», ouvia-se nas docas genovesas esta terça-feira, numa jornada de mobilização contra o tráfico de armas e a guerra na Palestina, organizada, entre outros, pelo CALP – Colectivo Autónomo de Trabalhadores Portuários, o sindicato USB, as organizações estudantis Osa e Cambiare Rotta, e a associação Jovens Palestinianos.
Segundo refere o portal da Rai News, a mobilização começou logo às 6h da manhã, sob intensa chuva, bloqueando os vários caminhos que davam acesso a um dos maiores portos do país.
Em declarações à imprensa, um representante da organização, que paralisou as operações portuárias e várias ruas adjacentes da cidade italiana, disse: «Bloqueamos o porto para travar o massacre do povo palestiniano.»
Em comunicado, a associação Jovens Palestinianos referiu que «as passagens para o porto de Génova estão bloqueadas porque sabemos bem que a máquina de guerra parte da logística que envia os armamentos, materiais e tecnologias cúmplices do genocídio do nosso povo». «Paremos a guerra e imperialismo», exigiram.
Por seu lado, representantes do CALP afirmaram que «não querem que o tráfico de armas se torne algo normal». «A guerra está à nossa volta», explicaram, citados pela Rai News.
«Hoje, há duas guerras sangrentas em curso, uma que ameaça tornar-se atómica na Ucrânia, a outra em Gaza, onde milhares de mulheres e crianças estão a morrer. Temos de sair da espiral da guerra», sublinharam.
Ao logo da jornada de mobilização, que contou com a participação de movimentos sociais genoveses e manifestantes vindos de Roma, Florença ou Bolonha, vincou-se a mensagem de solidariedade com a Palestina e com a resistência do povo palestiniano à ocupação sionista.
Em simultâneo, denunciou-se a lógica do negócio da guerra, que «faz do tráfico de armas um fonte inesgotável de lucro». «A guerra começa aqui: travemos a logística da guerra», insistiu-se ontem no Norte de Itália.
Esta batalha, no porto de Génova, teve início em 2019, quando se acendeu a denúncia sobre a passagem de armas com destino à guerra de agressão ao Iémen.
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