Mensagem de erro

User warning: The following module is missing from the file system: standard. For information about how to fix this, see the documentation page. in _drupal_trigger_error_with_delayed_logging() (line 1143 of /home/abrilabril/public_html/includes/bootstrap.inc).

|Panamá

Central sindical panamenha contra projecto de lei que criminaliza o protesto

A Central Nacional dos Trabalhadores do Panamá rejeita o anteprojecto de lei que foi apresentado à Assembleia Nacional para criminalizar os protestos no país centro-americano.

Protestos no Panamá, em Julho de 2022, por melhores salários, empregos, saúde e educação, e contra o aumento dos preços dos bens de primeira necessidade Créditos / @suntrac

A iniciativa, que está a ser dinamizada há algum tempo pelo deputado Enzo Polo, do partido Realizando Metas – neoliberal, populista de direita –, pretende tipificar como crime o corte de estradas, pontes, túneis e outras vias rodoviárias.

No final de Julho, a imprensa panamenha explicava que, com o projecto, o partido de direita, do actual presidente José Raúl Mulino, visava proceder a mais de uma dezena de alterações no Código Penal, duplicando, triplicando ou decuplicando as penas para quem impedir o normal funcionamento de uma via ou provocar danos à propriedade nesse contexto.

Na mesma ocasião, alguma imprensa do país centro-americano recordou que as alterações promovidas pelo partido neoliberal se seguem aos grandes protestos que tiveram lugar contra o custo de vida, em 2022, e a exploração mineira a céu aberto, o ano passado.

Num comunicado a que a Prensa Latina teve acesso ontem, a Central Nacional dos Trabalhadores do Panamá (CNTP) afirma que, por trás do projecto agora apresentado à Comissão de Governo, está a elite empresarial e o governo de direita, que «viram o que o povo é capaz de fazer em defesa dos seus legítimos direitos e da pátria, como ocorreu em Julho de 2022 e em Outubro de 2023».

Para a central sindical, o patronato e as elites, em conluio e com o beneplácito do executivo, necessitam de uma lei que judicialize os protestos que terão lugar na sequência de planos que apontam para a privatização da Caixa de Seguro Social, a abertura da mina de cobre de Donoso (Colón) e os despejos forçados e repressivos em comunidades.

De acordo com o documento, também será punido com prisão quem recorrer ao direito constitucional de se manifestar contra políticas como a imposição de represas e reservatórios no Rio Índio, a implementação de reformas regressivas ao código de trabalho e a aplicação de mais impostos ao povo trabalhador.

Em 2010, o Supremo Tribunal declarou inconstitucional as alterações que então se pretenderam fazer no sentido de punir com penas de prisão quem colocasse obstáculos à livre circulação.

«Enquanto existirem múltiplos problemas e uma situação de insatisfação da população, haverá centenas de milhares de cidadãos nas ruas a lutar, a marchar e a protestar», sublinha a CNTP.

A central sindical dirige-se a deputados da direita, às elites da burguesia e ao governo a que hoje preside José Raúl Mulino para que «retirem de uma vez por todas e arquivem este gigantesco e lesivo projecto de lei no primeiro debate».

Ainda sobre o protesto, a CNTP exige que seja respeitado o legítimo direito de primeira geração consagrado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Política da República do Panamá.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui