O presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou esta segunda-feira a saída oficial do seu país da União das Nações Sul-americanas (Unasul), tendo afirmado que o ministro colombiano dos Negócios Estrangeiros, Carlos Holmes, enviou uma carta oficial ao organismo regional em que denuncia o seu tratado constitutivo e na qual comunica que a saída da Colômbia se efectivará no espaço de seis meses.
Ao explicar a decisão de retirar a Colômbia da Unasul, o presidente colombiano acusou o organismo de ter sido criado para «fraturar o sistema interamericano» e de «servir como trunfo para os propósitos de uma ditadura», aludindo à República Bolivariana da Venezuela, segundo refere a RT.
Em linha com Miami, Washington e Bruxelas, Duque, candidato da extrema-direita que recentemente sucedeu a Santos como presidente da Colômbia, acusou ainda a Unasul de ter estado calada face à «forma brutal como o governo de Nicolás Maduro trata os cidadãos», não garantindo «as liberdades» dos venezuelanos.
Recorde-se que Maduro alertou em diversas ocasiões para a cooperação de Bogotá com Washington na ofensiva contra a Venezuela. Recentemente, acusou o governo colombiano de estar envolvido no atentado contra a sua pessoa, perpetrado em Caracas a 4 de Agosto último.
Há algumas semanas, Carlos Holmes tinha dito que estava num «processo de consultas» com países como a Argentina, o Peru e o Chile, que supostamente teriam intenções de «seguir o mesmo rumo», de acordo com a RT.
Esses três países integram o grupo de seis – os outros são o Brasil, o Paraguai e a Colômbia – que, em Abril deste ano, anunciaram a suspensão temporária nos trabalhos da Unasul, alegando problemas estruturais e internos no organismo, mas a manobra foi entendida como uma ofensiva lançada pela direita contra o bloco e a integração regional.
A Unasul foi criada em 2008 como um espaço de concertação com o propósito de construir uma unidade e uma cidadania sul-americanas, bem como o de reforçar a presença do bloco regional no cenário internacional.
Entrevistada pela TeleSur, a jornalista argentina Stella Calloni sublinhou a importância da Unasul como espaço de integração e resistência na região, mas considerou previsível a ofensiva em curso, na medida em que responde a uma agenda traçada por Washington.
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