Na Cidade do Panamá, centenas de pessoas juntaram-se para participar na oitava Marcha pela Ciência, denunciando o baixo orçamento que é destinado anualmente à área da ciência, tecnologia e inovação, destacando a necessidade de uma maior dotação orçamental e sublinhando que o sector detém um papel-chave no desenvolvimento nacional.
Segundo refere o diário La Prensa, as promessas da actual administração, liderada por Laurentino Cortizo, de aumentar para 1% do PIB o investimento público no sector não saíram do papel.
Dados divulgados pela Secretaria Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovação (Senacyt) indicam que o Panamá destina cerca de 0,13% do PIB a essa área.
Em declarações ao La Prensa, o titular da Senacyt, Eduardo Ortega Barría, afirmou que o país centro-americano é um dos que menos investem em investigação e desenvolvimento na região da América Latina e Caraíbas.
Já em 2022, Ortega Barría havia alertado que a meta de 1% do PIB dificilmente seria atingida na actual administração, apesar de a «comunidade científica ter mostrado claramente o seu valor em momentos de crise de saúde pública, social e económica como a que foi gerada pela pandemia».
Por seu lado, a presidente da Ciencia Panamá, Ivonne Torres Atencio, defendeu a importância de sensibilizar a sociedade para o papel que a evidência científica assume na solução dos graves problemas que afligem o país.
Segundo explicou, a organização a que preside prevê apresentar uma proposta de compromisso, que deverá ser assumida pelo governo que sair das eleições que têm lugar no país no próximo dia 5 de Maio, com o intuito de fortalecer o ecossistema científico e a criação de conhecimento ao serviço do desenvolvimento nacional.
Com a iniciativa, procura-se igualmente garantir uma maior dotação orçamental para o sector e a continuidade da implementação da Política de Igualdade de Género na Ciência, Tecnologia e Inovação 2040 (aprovada em 2023), para diminuir as desigualdades a todos os níveis.
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