No encontro desta terça-feira entre Acosta e a deputada portuguesa Sandra Pereira, os parlamentares espanhóis Mónica Silvana, Ana Miranda e Antoni Comín, e os italianos Maximiliano Smeriglio, Andrea Cozzolino, Pietro Bartolo e Dino Giarrusso, os anfitriões fizeram questão de deixar expressa a sua oposição à inclusão de Cuba na lista unilateral, elaborada por Washington, de países patrocinadores do terrorismo.
Smeriglio (Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas) agradeceu a ajuda médica cubana durante a pandemia de Covid-19, bem como as «lições morais» que a maior ilha das Antilhas dá, refere a Prensa Latina.
A associação francesa Cuba Linda entende que o tribunal internacional contra o bloqueio à Ilha, uma iniciativa simbólica que terá lugar em Bruxelas, é um instrumento para denunciar e divulgar o cerco. Representantes da organização criada em 1998 para promover os laços entre França e Cuba confirmaram à agência Prensa Latina a sua participação no tribunal, com sede no Parlamento Europeu, nas próximas quinta e sexta-feira, e mostraram expectativas quanto a esse espaço de denúncia da ilegalidade do cerco económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA há mais de 60 anos. «O objectivo é, ao mesmo tempo, simbólico e mediático. Este tribunal reunirá juristas internacionais, personalidades e organizações europeias solidárias com Cuba, mas também norte-americanas e de outros continentes», afirmaram. Num evento à margem do encontro nacional do Congresso dos Sindicatos (TUC), em Liverpool, os delegados sindicais reafirmaram a condenação das tentativas dos EUA de intimidar o povo e o governo de Cuba. Na reunião, celebrada paralelamente ao congresso do TUC, que decorreu em Liverpool entre 10 e 13 de Setembro, os delegados sindicais reconheceram o avanço de Cuba nos sectores da Educação e da Saúde, e destacaram os programas que Havana promove com vista à formação de milhares de médicos em África e na Ásia. «São um exemplo de que [Washington] não quer que tenhamos noção», disse esta segunda-feira Kevin Courtney, recentemente designado presidente da Cuban Solidarity Campaign (campanha de solidariedade com Cuba), durante o encontro de representantes sindicais. Courtney, refere o periódico Morning Star, criticou ainda a reintegração de Havana na lista unilateral de estados alegadamente patrocinadores do terrorismo, criada pelo Pentágono, depois de ter recebido os membros do Exército de Libertação Nacional (ELN) que iam participar em conversações de paz com o governo da Colômbia. Para o presidente da Campanha solidária, trata-se de algo «kafkiano». Por seu lado, Gawain Little, secretário-geral da Federação Geral dos Sindicatos (GFTU), enalteceu o sistema de educação cubano, tendo afirmado que, durante uma viagem solidária ao país caribenho, «vimos um currículo escolar a que qualquer uma das nossas crianças teria sorte em aceder, apesar do impacto do desumano bloqueio» no país. Para Little, «o exemplo inspirador de Cuba representa uma ameaça para os Estados Unidos e o Reino Unido». «Não como ameaça militar ou política, mas como ameaça de que as pessoas começassem a pensar de forma diferente», disse. A embaixadora cubana em Londres, Bárbara Montalvo Álvarez, também participou no encontro solidário das organizações sindicais em Liverpool, tendo agradecido aos presentes pela solidariedade. Na ocasião, afirmou: «Não deixaremos de trabalhar para alcançar o nosso sonho de uma sociedade mais justa e igual.» Na mesa, com Montalvo Álvarez, estiveram Alex Gordon (presidente do sindicato de transportes RMT), Lisa Osborne (da organização Thompsons Law), Gawain Little (dirigente da GFTU), Sarah Woolley (secretária-geral do sindicato da indústria alimentar BFAWU) e Simon Dubbins (responsável da secção internacional do sindicato Unite). Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No entender da associação, o fórum permitirá mostrar que o bloqueio viola o direito, ferindo os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas, e as normas do comércio internacional. «O tribunal deverá evidenciar o carácter ilegal desta política criminosa extraterritorial de Washington, que executa em detrimento das pessoas físicas e jurídicas, e da soberania de terceiros estados, em particular europeus», apontou a Cuba Linda. Em simultâneo, destacou o potencial do tribunal internacional para combater a guerra mediática contra a maior ilha das Antilhas, a que os Estados Unidos recorrem para tentar justificar o bloqueio, rejeitado as 31 resoluções da Assembleia Geral da ONU desde 1992, a mais recente das quais aprovada no início deste mês, com o apoio de 187 países, a oposição de dois (EUA e Israel) e a abstenção de um (Ucrânia). «Este tribunal denunciará em voz alta as mentiras divulgadas para justificar o cerco e divulgará as consequências das sanções imperialistas contra os povos», afirmou ainda a associação francesa, que defende o direito inalienável dos cubanos a escolher o seu próprio futuro. Damasco, Moscovo, Roma e os Alpes foram alguns dos locais que, pelo mundo fora, acolheram tributos ao líder histórico da Revolução cubana, nos quais se exigiu o fim do bloqueio imposto pelos EUA. Na capital da Síria, cubanos e sírios uniram-se para homenagear o histórico líder revolucionário num acto organizado este domingo pela Embaixada de Cuba, por ocasião do 97.º aniversário do nascimento de Fidel Castro. «Fidel é um homem de todos os tempos e é exemplo de coragem, dignidade e solidariedade que continua vivo entre os cubanos e sírios e todas as pessoas dignas no mundo», afirmou-se durante a iniciativa, que serviu para recordar a «sólida amizade entre Fidel e o ex-presidente sírio Hafez al-Assad, bem como a histórica visita do líder da Revolução Cubana à Síria em 2001», refere o correspondente da Prensa Latina no país árabe, Fady Marouf. Esses dois governantes «estabeleceram as bases destas relações, a que os actuais presidentes, Miguel Díaz Canel e Bashar Al-Assad, deram continuidade e reforçaram», afirmou-se no acto, em que se condenou o «bloqueio ilegal e criminoso» imposto pelos Estados Unidos a ambos os países e se exigiu que os seus nomes sejam retirados da «falsa lista de países patrocinadores do terrorismo». «Graças a Fidel e ao seu legado, Cuba continuará a brilhar como exemplo de solidariedade, humanismo, socialismo e da luta por um mundo melhor, afirmaram os presentes, que, no final da iniciativa, puderam assistir a um documentário sobre a vida e a obra do líder da Revolução cubana. Numa cerimónia que teve lugar na Praça Fidel Castro da capital russa, juntaram-se este domingo amigos da Ilha e representantes do país caribenho, para recordar Fidel, a 97 anos do seu nascimento, e evocar o seu legado. O Herói da República de Cuba Antonio Guerrero esteve presente no acto, tendo dito à Prensa Latina que é um orgulho para todos poder recordar, perante o monumento erguido em Moscovo, «quem nos entregou a Revolução e as melhores lições de solidariedade e humanismo». «Nós, em Cuba, não temos um monumento a Fidel porque ele está de forma constante no povo cubano, mas é uma honra enorme contar com a presença de Fidel nesta praça, nesta escultura que mostra o Fidel rebelde, o Fidel vitorioso», disse também Guerrero, acrescentando que Fidel «foi alguém que desempenhou um papel importante na luta pela liberdade dos Cinco Heróis e por mostrar a injustiça que se tinha cometido». Num dia em que o monumento a Fidel Castro, inaugurado o ano passado por Díaz-Canel e Vladimir Putin no distrito moscovita de Sokol, se encheu de flores e bandeiras, o encarregado de negócios da Embaixada de Cuba na Rússia, Marcos Lazo, disse que, «para os revolucionários cubanos e de todo o mundo, é uma data importante, porque se recorda o homem que nos entregou a dignidade, a soberania e nos ensinou a lutar contra as adversidades e sair vitoriosos». O Coliseu, em Roma, foi palco de uma homenagem a Fidel Castro, no âmbito das actividades desenvolvidas pela Associação Nacional de Amizade Itália-Cuba (Anaic) no 97.º aniversário do nascimento do dirigente revolucionário. Marco Papacci, presidente da Anaic, disse à Prensa Latina que duas grandes faixas – uma com a imagem de Fidel e outra com o lema «¡Patria o Muerte, Venceremos!» – foram colocadas em vários locais próximos do icónico monumento no centro da capital italiana. Papacci destacou que a iniciativa do círculo romano da Anaic – com mais de 4500 membros em todo o país – representou «uma demonstração do respeito e da profunda gratidão do povo italiano amigo de Cuba ao Comandante Fidel». Também no contexto dos tributos italianos a Fidel, no sábado, membros da Anaic subiram 1600 metros para chegar ao Pico Fidel, assim baptizado em honra do líder cubano e localizado no Monte Arpone, nos Alpes piemonteses. Ali, os participantes realizaram uma oferenda floral, colocaram uma bandeira de Cuba e uma mensagem evocativa, com as palavras de ordem «¡Hasta la victoria siempre!» e «¡No al bloqueo contra Cuba!». Fidel foi «como um capitão que dirige um pequeno barco no meio da mais furiosa tempestade», afirma-se num documento divulgado pela associação solidária, que faz a defesa de Cuba e do seu exemplo «para todos os que continuam a acreditar na solidariedade, no socialismo e num mundo melhor». Os tributos e as cerimónias de homenagem a Fidel Castro sucederam-se pelo mundo fora, nos últimos dias, em particular este domingo, com diversas expressões em países como China, Cuba, El Salvador, Equador, França, Guatemala, Honduras, Índia, México, Nicarágua, Panamá, Peru, República Dominicana e Venezuela. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O tribunal internacional que irá julgar de forma simbólica o bloqueio imposto a Cuba foi convocado em Julho deste ano por diversas organizações participantes na Cimeira dos Povos, em Bruxelas. Na quinta-feira passada, representantes do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP) confirmaram, em conferência de imprensa, que o conclave terá lugar na capital belga e sede da União Europeia, contando com a participação de «prestigiados juristas» de ambos os lados do Atlântico e o apoio de organizações jurídicas de Espanha, Alemanha, Itália, Grécia, Bélgica e EUA. Fernando González Llort, presidente do ICAP, destacou a importância da iniciativa, pois, embora se trate de um tribunal de carácter político e não juridicamente vinculativo, o dossiê com as denúncias, previamente documentadas, e o parecer final serão posteriormente divulgados a figuras políticas europeias e das Nações Unidas. Na ocasião, em Havana, foi ainda afirmado que, ao longo dos dois dias, assumirão o estatuto de testemunhas representantes de organizações solidárias com Cuba, empresários, personalidades e emigrantes cubanos na Europa. O presidente da associação Cuba Coopération France (CubaCoop), Víctor Fernández, será uma dessas testemunhas, em nome também do Movimento Estatal de Solidariedade com Cuba em Espanha, comparecendo no tribunal para expor exemplos concretos das consequências do bloqueio. A título de exemplo, Fernández explicou à Prensa Latina que o carácter extraterritorial da política imposta por Washington implica que empresas se recusem a vender produtos que seriam enviados à Ilha, provoca aumentos nos preços de aquisição, dificultando a capacidade das associações de executar projectos e, de forma extrema, o despacho de mercadorias. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
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Por seu lado, a espanhola Silvana González, deputada do PSOE e também membro da Aliança Progressista, destacou os contributos de Cuba para a cooperação Sul-Sul.
O apoio ao Acordo de Diálogo Político e de Cooperação entre a União Europeia (UE) e Cuba, firmado em 2016, e a sua importância para os signatários foram temas que dominaram o encontro dos eurodeputados com Acosta, indica a agência cubana.
Nesse sentido, os participantes abordaram as potencialidades das relações entre a Ilha e o bloco, em áreas como saúde, educação, alimentar e científico-técnica.
Aos presentes, Acosta fez uma actualização da situação de Cuba, os processos em curso de âmbito parlamentar e o impacto do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos há mais de 60 anos, tendo apontado os danos humanos e os prejuízos económicos desta política.
No encontro participaram também Sandra Pereira (deputada do PCP e membro do Grupo da Esquerda), Ana Miranda (deputada galega do BNG e membro do Grupo dos Verdes), Pietro Bartolo (do Partido Democrático e membro da Aliança Progressista de Socialistas e Democratas), assim como o italiano Andrea Cozzolino (Partido Democrático), o catalão Antoni Comín (Junts) e o italiano Dino Giarrusso (Movimento Cinco Estrelas), que não estão inscritos em qualquer grupo político do Parlamento Europeu (PE).
Tiveram ainda oportunidade de ouvir o secretário da Assembleia Nacional de Cuba falar sobre as possibilidades de investimento que Cuba representa para a UE, algo que o alcance extraterritorial do bloqueio dificulta.
Também presente no encontro, a embaixadora cubana na Bélgica e junto da UE, Yaira Jiménez, destacou a importância do Acordo de Diálogo Político e de Cooperação, que «é fruto do respeito e da autodeterminação como instrumento para conversar ao mesmo nível sobre os valores partilhados e as diferenças».
Posteriormente, indica a agência, Homero Acosta reuniu-se com o vice-presidente do PE, o luxemburguês Marc Angel.
A defesa do multilateralismo e da coesão social foram alguns dos temas analisados na reunião, na qual o dirigente político cubano expôs as consequências da agressividade dos Estados Unidos.
Acosta reconheceu ainda o apoio da UE à condenação mundial do bloqueio e à presença da Ilha na lista unilateral de países patrocinadores do terrorismo – sendo que esto último aspecto funciona como «uma severa limitação no acesso ao sistema financeiro internacional».
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